A Rodovia Caminhos da Neve me pareceu, num primeiro momento, uma obra sem relevância e de investimentos questionáveis. Mas ao saber que 14% das 308 mil toneladas de maçã colhidas por ano só no município de São Joaquim, maior produtor da fruta no Brasil, se perdem devido às péssimas condições da estrada, causando prejuízos superiores a R$ 30 milhões a cada safra, mudei definitivamente de ideia. E só reforcei minha opinião ao saber que a nova rodovia, de 102 quilômetros entre São Joaquim e Bom Jesus (RS), encurtará em 100 quilômetros a distância entre Florianópolis e Porto Alegre, integrará as serras dos dois estados e proporcionará uma movimentação de nada menos que 400 mil turistas por ano na nossa região.
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Mas para que isso aconteça, o governo de Santa Catarina, responsável por 34 dos 102 quilômetros da rodovia, o equivalente a 33% do total, precisa prestar atenção em algo fundamental: o atual trecho em obras deve ficar pronto em outubro, somando 11 quilômetros. Assim, faltarão 23, ou nada menos que 68%, ainda sem previsão de recursos e prazos. Até lá, serão sete meses para realizar estudos, montar projetos, juntar dinheiro e não deixar a obra parar. Afinal, lá se vão 20 anos de um sonho que, aos poucos e bem vagarosamente, vai saindo do papel, mas que ninguém quer esperar mais duas décadas para se tornar realidade.