Um jovem de uma pequena cidade que pensa em ser músico vive o dilema entre sair da cidade e da vida que não lhe satisfaz culturalmente ou ficar para viver sua intensa paixão por uma garota. Esta é a sinopse do média metragem Plástico, produzido e dirigido por Roberto Panarotto, vocalista da Banda Repolho e professor de cinema e estética do curso de Audiovisual da Unochapecó.
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Veja o vídeo com cenas do filme:
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O filme será lançado no dia 28 de setembro, às 18h, no Sesc Chapecó, com a presença da banda Grass Fed Youth, formada pela dupla Tanara e Daniel Téo, que moram em Los Angeles. Eles assina algumas das músicas presentes em Plástico.
As músicas aliás conduzem boa parte da narrativa. A banda chapecoense Red Tomatoes também contribuiu com algumas composições. A narrativa, aliás, não tem diálogos.
– É um filme sonoro, a música entra como elemento narrativo – explica Panarotto.
Mas em alguns momentos o silêncio, em que é possível ouvir os passos do protagonista, também marca presença. O visual também é rico em detalhes que preenchem a escassez de falas.
As camisas utilizadas pelo protagonista tem imagens que indicam a lógica do filme, com uma lâmpada, um pão, uma janela ou uma cadeira.
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Uma garrafa plástica também está presente durante todo o filme além de um peixe, ora fora da água, ora preso numa garrafa. No quarto do protagonista há referências culturais como uma obra de Andy Warhol.
– Ele é um jovem que consome coisas legais e tem o sonho de sair desse cenário e ser um artista – afirmou Roberto.
Mas a partir da leitura do livro Lolita, de Vladimir Nabokov, surge uma garota na vida do protagonista. Durante o filme ela aparece de várias formas, lendo no jardim, vestida como uma parisiense, com cabelo laranja ou com cara de tédio. Ela pode ser real, pode ser fruto de uma viagem do protagonista ou então de sua loucura.
– O filme traz elementos que podem justificar qualquer uma das hipóteses – disse Roberto.
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Não é para agradar
Panarotto disse que a proposta não é dar tudo mastigado e explicado com produções hollywwodianas mas sim trazer a reflexão, fazer o público pensar.
– Às vezes nem quem estava participando sabia direito sobre o que era – brinca Roberto.
A proposta do vídeo surgiu quando Roberto viu um condomínio ao fundo de uma plantação de soja e ficou imaginando quem moraria lá e o que faria, montando um roteiro. Depois, com a criação de um curso de audiovisual na Unochapecó e a proposta de estimular aos alunos produzirem vídeos, Panarotto resolveu por a mão na massa.
– O filme surge dessas discussões com os alunos e a vontade de não só pensar o cinema, mas produzir algo – afirmou.
Sem dinheiro mas com equipamentos emprestados e a ajuda de amigos, todos envolvidos de uma forma ou de outra com vídeos, como publicitários, músicos, maquiadores, professores ou estudantes, as gravações foram realizadas em quatro finais de semana em 2011.
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A edição foi a parte mais demorada. Panarotto disse que há descontinuidades e questões não explicadas que foram propositais.
– Tem a ver com a percepção de cada um, às vezes alguém não sente nada, outro chora e outro se sente incomodado. O objetivo não é agradar mas propiciar uma experiência – concluiu.