Em 1959 fui ao Rio de Janeiro conhecer o Maracanã. Estava terminando o turno do Campeonato Carioca com o jogo Fluminense e Vasco. Empolgado com todo esplendor do clássico carioca e o gigantismo do estádio, a bola rolou e no primeiro lance um zagueiro do Vasco de quase dois metros de altura para a bola no peito, põe no chão, levanta a cabeça e sai jogando, para delírio do torcedor. Era Hideraldo Luiz Bellini.
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Semana seguinte começa o returno do mesmo campeonato e novamente no sorteio cai Vasco e Fluminense. Eu lá de novo para ver de perto do grandão Bellini que havia me encantado. Conhecia de ouvi-lo pelo rádio e alguns filmes dos telejornais do cinema.
Bellini notabilizou-se na Copa de 1958, quando juntamente com Nilton Santos, Didi e Zito, influenciou Vicente Feola para que escalasse Garrincha e Pelé como titulares daquela seleção. Terminou levantando a Copa Jules Rimet, gesto que imortalizou para a eternidade do futebol.
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Depois de duas derrotas em 1959 para o Fluminense, fui conhecer São Januário e lá estava Bellini apresentando o afilhado Almir, o Pernambuquinho, em meio à crise de dispensa do técnico Eli do Amparo e a apresentação de Gradim.
Como o mundo é pequeno, 10 anos depois da Copa, em 1968, o Comerciário conquistava o título estadual e fora convidado a paraninfar a festa de inauguração do estádio Alfredo João Krieck, de Rio do Sul, em jogo festivo contra o Juventus local. Quem era a grande atração? Hideraldo Luiz Bellini, que jogou meio tempo pelo Juventus e alguns momentos pelo Comerciário. Estava eu lá de novo e desta vez muito próximo do capitão da primeira Copa.
À noite, um jantar promovido pela prefeitura. Lembro que Alfredo João Krieck, o prefeito, não foi porque estava com a perna engessada e pude conviver de perto com o grande capitão da Copa. Dele ouvi boas histórias do futebol e da Copa. Carlos Eduardo Mendonça tentou levá-lo para a noite da cidade mas, elegantemente, alegou profissionalismo para o jogo do dia seguinte. Noite gloriosa e um domingo inesquecível.
Guardo dele as melhores lembranças, zagueiro elegante, clássico, mas que não tinha vergonha de arrepiar quando preciso.
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