Os dois clubes de maior torcida na Argentina repetem nesta terça-feira, às 21h30min, o confronto que definiu o campeão da Libertadores do ano passado. River Plate e Boca Juniors, que terá transmissão ao vivo do SporTV, reeditam o duelo que ficou marcado por violência na última final.

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Depois de o elenco ser apedrejado na chegada ao Monumental, em novembro de 2018, no jogo de volta da decisão, o clube mandou blindar o ônibus utilizado pela delegação. O veículo, que pertence à empresa FlechaBus, é o mesmo utilizado em 2018, mas com os vidros reforçados para evitar o incidente que lesionou Pablo Pérez, então capitão do Boca, e o juvenil Gonzalo Lamardo, que acompanhava o plantel.

Motorista do clube há 10 anos e torcedor "desde a barriga da minha mãe", Darío Ebertz acredita que os jogadores estarão bem protegidos para o clássico desta terça em Buenos Aires.

— O ônibus tem todos os vidros blindados, suporta pedradas. A parte de fora até lasca, mas não passa nada para dentro. O que bate, volta — conta Ebertz, 55, conhecido como Gringo, à Folha de S.Paulo.

Ele diz que o carro ganhou o apelido de "La Bestia" (A Fera, em espanhol), alcunha de sua autoria.

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Era Ebertz o homem responsável por levar a delegação do clube ao Monumental no dia 24 de novembro do ano passado, data do confronto de volta pela final da Libertadores. A Conmebol quis realizar a partida no dia seguinte. Mas o Boca bateu o pé alegando que não havia segurança e nem condições de jogo. Pablo Pérez, por exemplo, foi a uma clínica no sábado para tratar o olho lastimado pelos cacos de vidro e o gás de pimenta lançado pela polícia para dispersar os torcedores do River que estavam próximos do ônibus.

As autoridades argentinas, porém, estão em alerta. O que preocupa agora são os enfrentamentos recentes entre torcedores do River, em ataques de facções inimigas da principal barra brava clube, a "Los Borrachos del Tablón". No último dia 18, contra o Godoy Cruz, pela Copa Argentina, membros da torcida entraram em conflito e a polícia interveio na confusão. No fim de semana seguinte, seguidores do time foram detidos em uma operação policial.

Para o clássico desta terça-feira, a polícia Buenos Aires mobilizará pouco mais de mil agentes para o Monumental de Nuñez e seus arredores.