O governo de Santa Catarina decidiu suspender por três meses qualquer evento com aves no estado, sejam de animais criados para uso comercial ou para qualquer outra finalidade. A medida tem o objetivo de conter eventuais riscos de transmissão da gripe aviária, que já tem casos confirmados em países vizinhos da América Latina, como o Uruguai e a Argentina, e causa alerta entre produtores catarinenses.

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Serão contados 90 dias de suspensão a partir da última segunda-feira (27), quando foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) uma portaria conjunta da Secretaria de Estado da Agricultura com o Instituto do Meio Ambiente (IMA) para estabelecer a medida.

O veto se estende para eventuais reuniões também com aves silvestres, como torneios de canto e exposições de pássaros, e não só para feiras agropecuárias com aves de granja.

Na portaria, o governo destaca, além dos focos latinos de influenza aviária, como a doença também é chamada, a “importância econômica e social da avicultura” para Santa Catarina, ao justificar a medida preventiva.

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O que é a gripe aviária

A gripe aviária apresenta baixa probabilidade de infectar humanos, mas tem potencial devastador no caso de atingir aves comerciais, em especial em Santa Catarina, o segundo maior estado produtor de frango do país.

— Ela causa uma mortalidade muito alta e em pouquíssimo tempo. E, com uma confirmação, o Brasil perderia o status atual e não conseguiria mais vender produtos de origem aviária para outros países. Então seria uma crise muito grande: tem o problema para o animal e também para o lado social, porque milhares de famílias e indústrias vivem disso — resume o veterinário Diego Torres Severo, diretor de defesa agropecuária da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc).

O principal foco de transmissão da influenza são as aves silvestres que migram desde a América do Norte nessa época do ano. Elas transmitem o H5N1, causador da doença, para aves locais, que, eventualmente, podem passar o vírus para aves domésticas, de criação comercial ou não. O período mais crítico deve se estender até maio, quando os animais terão migrado de volta ao hemisfério Norte.

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