O Figueirense vai entrar em campo diante do Bragantino, às 21h30min desta terça-feira (24), no Orlando Scarpelli, e mostrar para o Brasil que o pedido de desistência da Série B 2019 não passa de mais um episódio no confronto entre o clube e Cláudio Honigman, o administrador da Elephant, empresa que tinha responsabilidade do futebol do Alvinegro até a última sexta-feira (20).

Continua depois da publicidade

Em vez de assinar a restituição das cotas da empresa ao Figueirense, na última segunda-feira (23), ele encaminhou à CBF e-mail com a saída da competição. No entanto, entrar em campo nesta terça demonstra que o Furacão vai seguir na Série B do Campeonato Brasileiro.

Acompanhe Figueirense x Bragantino em tempo real

A CBF pediu informações sobre o caso para a Federação Catarinense de Futebol (FCF) e encaminhou o ofício à procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). De posse de liminar judicial que garante à associação Figueirense que Honigman não mais responde pelo clube desde sexta-feira, e antes do e-mail enviado à entidade que rege o futebol nacional, o Figueira acredita que não será prejudicado por um dos últimos atos de Honigman após o rompimento unilateral.

O fato de o time entrar em campo nesta terça-feira no Orlando Scarpelli reforça o episódio isolado.

Continua depois da publicidade

— Só pode ser confirmada a desistência se houver um W.O., se o time não aparecer para jogar. Jamais a CBF tomaria decisão sem fazer investigação — explicou Chiquinho de Assis, presidente do Figueirense de forma temporária e do Conselho Deliberativo do clube.

Chiquinho ainda esclarece:

— Ao fazer a rescisão enviei a alteração do contrato para que fossem restituídas as cotas para a associação, pela falta de cumprimento de contrato de 2017, pela a falta de investimento. Comprovado isso, não teria como ele (Honigman) ter 95% da empresa. Enviamos a notificação e demos prazo para que ele assinasse. Em vez de assinar, ele faz pedido de desistência da Série B do Campeonato Brasileiro. Sem ter sido assinado, ingressamos medida judicial para que os efeitos da rescisão unilateral fossem válidos. A decisão judicial saiu às 22h daquele dia (sexta-feira). A partir disso a associação Figueirense detém 100% das cotas.

A procuradoria do STJD vai abrir inquérito e pretende ouvir as duas partes, Figueirense e Honigman.

Outros possíveis prejuízos ao Figueirense

Além do pedido de desistência que poderia prejudicar o Figueirense, Cláudio Honigman ainda foi autor de outros atos, conforme o presidente Chiquinho Assis. A nova gestão do Figueira identificou que foram depositados cerca de R$ 260 mil referente à taxa solidária de formação de Filipe Luís, em negociação recente de transferência do lateral formado no Figueira e que hoje defende o Flamengo. Honigman fez retidada do dinheiro.

— Inclusive, identificamos saque ilegal. Infelizmente, que ele sacou dinheiro das contas do Figueirense. O valor está sendo levantado. O dinheiro da transferência do Filipe Luis ele sacou todo e colocou em sua conta. Vamos atrás. E não é só isso. A gente não tinha acesso à parte contável. Segunda-feira (23) tivemos, foi quando identificamos o depósito de R$ 2 milhões pelo Athletico-PR pelo negócio de jogadores da base, que poderia evitar o W.O. [contra o Cuiabá] — contou Chiquinho.

Continua depois da publicidade

A atual gestão do Alvinegro acredita que esse dinheiro foi utilizado para o aporte de quase R$ 1,2 milhão em 27 de agosto, quando, por contrato, a empresa deveria injetar recursos no clube — e não usar do caixa do próprio clube.

A reportagem da NSC tentou contato com Claudio Honigman, por meio de seu assessor de comunicação Bruno Ribeiro, mas ele não respondeu aos chamados.

Ainda não é assinante? Assine e tenha acesso ilimitado ao NSC Total, leia as edições digitais dos jornais e aproveite os descontos do Clube NSC.