Apesar da estiagem que atinge praticamente todo o país e do aumento recorde do uso de energia elétrica, a situação vivida hoje, do ponto de vista do abastecimento de energia elétrica, é melhor do que em 2013 e o país tem energia elétrica garantida até 2018.

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A avaliação é do presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, esclarecendo que a garantia é possível porque o sistema elétrico do país adota o modelo hidrotérmico, que possibilita o acionamento das usinas termoelétricas.

– O modelo atual é baseado em uma matemática que determina o acionamento das térmicas nos períodos secos e sempre que houver riscos ao nível dos reservatórios. Temos que nos acostumar com esta convivência com um sistema hidrotérmico. Então é normal o acionamento das térmicas e faz parte do sistema, uma vez que nós temos cada vez menos reservatórios – explicou Tolmasquim.

Para o presidente da EPE, responsável pelo planejamento energético do país no longo prazo, com os leilões já realizados há energia contratada suficiente para garantir o abastecimento energético do país até 2018.

– Nós agora já estamos pensando em leilões que garantam o suprimento para 2019, porque para 2018 o grosso (do fornecimento) já está garantido – disse.

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Maurício Tolmasquim lembrou que nos próximos anos várias usinas estarão entrando em operação, como a Usina Hidroelétrica de Teles Pires, na na divisa dos estados do Pará e do Mato Grosso, que está sendo construída ao custo de cerca de R$ 4 bilhões, com capacidade instalada de gerar 1.820 megawatts (MW).

Há Belo Monte, em construção no Rio Xingu, no estado do Pará, a segunda maior hidroelétrica do Brasil, menor apenas que a Itaipu Binacional, e a terceira maior do mundo, com capacidade de produção 4,571 MW. Por fim, a Usina de Angra 3, no litoral sul Fluminense, com investimentos de R$ 12,9 bilhões e capacidade de geração de cerca de 1.350 MW.

Para o presidente da EPE, apesar de dois anos de seca consecutivos, o modelo energético brasileiro passou pelo teste sem risco de desabastecimento. Para ele, o sistema provou que é a prova de períodos secos. No ano passado, o Nordeste teve a pior seca dos últimos 50 anos. Em janeiro, uma seca muito forte afetou o Sudeste. Apesar desses exemplos, destaca Tolmasquim, por dois anos consecutivos não houve e nem haverá risco de racionamento.

– Isto significa que nós temos um sistema elétrico bastante seguro e estruturalmente tem sobra de energia – afirma.

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Ele destacou o fato de que as chuvas que ocorreram este ano foram em locais onde não se encontram os grandes reservatórios, como no Espírito Santo.

– As chuvas não foram suficientes. No Sudeste, por exemplo, agora em janeiro as chuvas estão bem abaixo da média histórica, mais ou menos 54% a 55% da média histórica – completa.