Amigos e ex-colegas de profissão de Joel Ferreira do Nascimento lamentaram a morte do jornalista esportivo, que ocorreu na madrugada desta quinta-feira (14). Maceió, como era conhecido, tinha 80 anos e, pelos mais de 40 anos que atuou como cronista, cruzou com diversos profissionais pela redação do A Notícia e em partidas que costumava cobrir dentro e fora de Joinville.

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FOTOS: Guga, Kaká e Luis Henrique da Silveira; Veja momentos marcantes da carreira de Maceió

Ele tinha um 1,98m, 110 quilos, era dono de uma risada sonora e um vozeirão inconfundível. Grande incentivador do esporte e de atletas catarinenses, foi um dos responsáveis pela criação do prêmio Destaque Esportivo, onde, em uma das edições, entregou troféu ao tenista Gustavo Kuerten.

Além de Guga, já posou em fotos ao lado de Kaká e do lateral Filipe Luis. Era comum, também, que personalidades do esporte o visitassem na redação do AN, como ocorreu em 2007, quando a jogadora de vôlei Natália foi ao jornal.

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Roberto Alves, o Bob, colega de coberturas esportivas e amigo pessoal, define Maceió como um “amigo extraordinário” e um profissional brilhante com quem teve o privilégio de conviver.

— Frequentei muito a casa dele e ele a minha. Tínhamos uma relação muito forte de amizade. Viajamos muito por esse Brasil afora, principalmente acompanhando, em grandes coberturas, o Joinville Esporte Clube nos anos de ouro do futebol do Joinville. Hoje perdemos uma figura ímpar, de um coração maior do que ele. Fiel, companheiro de todas as horas e um grande chefe de família — destaca Bob Alves.

O jornalista e comentarista da NSC conta que, nos últimos anos, devido a doença de Alzheimer que acometeu o amigo, não tinha mais contato direto com ele, mas fazia questão de contatar familiares para receber, quase que diariamente, notícias de Maceió.

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Bob ainda comenta que, além da importância que o cronista esportivo teve para o JEC, já que participou da fundação do clube em 1976, também deve ser destacado por clubes como América e Caxias.

— O esporte amador de Santa Catarina deve muito a Maceió, porque a coluna dele era muito mais sobre o esporte amador, sobre jogos abertos e joguinhos que ele ajudou a criar do que do próprio futebol profissional — pontua o jornalista.

— Eu estou muito triste. Este é o segundo jornalista esportivo que perdemos neste ano. O primeiro foi o Miguel Livramento. Os dois estão entre os três melhores amigos que eu tive na minha vida — lamenta Bob Alves.

“Homem que conversava com os teclados”

Nos mais de 40 anos de jornal A Notícia, onde, além de colunista, chegou a ser editor de esportes, Maceió era uma figura bastante respeitada. Desde os mais antigos aos recém-chegados à redação, todos sabiam quem era Maceió: uma memória enciclopédica contadora de histórias.

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Histórias essas, inclusive, que quando contadas ao telefone, rendiam boas gargalhadas dos colegas que paravam para ouvi-las.

Nas redes sociais, Francine Santos, ex-colega do jornalista, escreveu que guarda boas lembranças do profissional, que foi uma de suas maiores referências e com quem aprendeu diversas coisas na área de atuação.

“O homem que conversava com os teclados. As boas lembranças, a risada sonora que ecoava pela redação e a generosidade do Maceió para com iniciantes, como eu, é que ficarão na minha memória daqueles bons tempos de AN. Descanso merecido para aquele que cumpriu uma boa jornada!”, publicou Francine.

A filha mais nova do cronista, em entrevista à reportagem, inclusive, destacou o amor do pai pelo AN e também pelo esporte.

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— Ele vivia o jornal, ele vivia o esporte. Foi um incentivador de muitos atletas e lamentava demais por muitos talentos não terem ido à frente por falta de patrocínio — disse Jizelle Caroline do Nascimento, que ainda destacou que uma das principais tristezas da vida do pai foi a queda do avião da Chapecoense.

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