A arte do Natal Luz está além dos espetáculos de dança, música e teatro. Ela ganha forma também ao vestir centenas de figurantes que se transformam em personagens até então irreais. Desde novembro, três quadras da Avenida das Hortênsias, em Gramado, dão passagem à arte de vestir. Uma das grandes atrações do Grande Desfile de Natal.
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É nas noites do espetáculo que figurantes de todas as idades e tamanhos encantam milhares de turistas com o estilo luxuoso dos figurinos repletos de detalhes. São anjos patinadores, bonecas coloridas, rainhas da neve, doces em forma de gente e uma dezena de Papais Noéis que se juntam aos 350 figurantes que apresentam, pelas roupas, seus personagens.
Sendo a atuação em uma avenida, sem que qualquer artista tenha fala, a mensagem do espetáculo é transmitida ao público pelos figurinos e maquiagens. Por isso, um trabalho é tão intenso durante o ano. Desde julho, quando começou o trabalho com os tecidos, a equipe do ateliê do Natal Luz não teve descanso até o início das apresentações, no começo de novembro.
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A inspiração principal é trazida para Gramado pela diretora artística do evento, Marlene Peccin, de tudo o que ela admira nos parques da Disney e de lojas natalinas de Nova Iorque.
– Tudo o que me encanta e eu puder adaptar, eu fotografo ou compro. Faço uma seleção na minha cabeça de tudo o que há de melhor que pode ser aproveitado e vou juntando essa colcha de retalhos para criar cada personagem.
Do Natal americano, alia-se a magia do teatro. Acostumada com os palcos, a atriz porto-alegrense Liane Venturella se aventurou neste ano a interpretar a imaginação de Marlene para colocar no papel as formas dos figurinos.
– O teatro me ajuda com essa linguagem mágica, lúdica e, por viver diferentes personagens, fico mais próxima desse mundo da fantasia apresentado no desfile – explica a atriz, também figurinista do desfile.
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Do papel, para que o mundo mágico se tornasse real, o figurinista profissional Fabrício Ghomes se juntou à equipe e, também estreante no evento, contou com o reforço especial da modelista Rozalina Rodrigues Fialho. Juntos, interpretaram os desenhos, adaptaram aos tecidos, criaram formas de dar volume especial às fantasias:
– O papel aceita tudo, então, quando se cria, principalmente para uma avenida, há adaptações. Os detalhes são muito importantes e garantem o diferencial. De todos os figurinos, fizemos protótipos, testamos armações, diferentes tecidos – acrescenta Ghomes.
Com o trabalho de oito costureiras, eles transformaram mais de 1,5 mil metros de tecidos em roupas que encantam pelo colorido e pela perfeição dos acabamentos. Somente em veludo, presente em quase todos os 28 figurinos do desfile, foram gastos mais de 500 metros. Junta-se ao tecido, o luxo do tafetá, do cetim e dos paetês.
A magia é completada pela maquiagem, criada por Jair Tavares. A arte reproduzida por ele a cada apresentação, ao todo são mais de 20 até dia 16 de janeiro, foi criada pela história de cada integrante dessa fábula de Natal. Impressos nos rostos dos figurantes, os traços dão ainda mais vida a personagens que parecem sair de sonhos infantis. Neste mundo encantado, eles são tão reais que transportam para universos imaginários até mesmo os que deixaram de escrever ao Papai Noel há décadas.
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