A segunda-feira amanheceu com esperança nas cidades atingidas pela enchente no Planalto Norte de SC. Com exceção de Porto União, onde o Rio Iguaçú permanece subindo, nos demais municípios as águas baixam lentamente e, aos poucos, os desabrigados começam a preparar a volta para casa.

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Rio Negrinho

A última medição do rio, que dá nome a cidade, apontou 3,85 metros fora da calha. Nesse nível, em boa parte das ruas do Centro as águas já baixaram e os comerciantes são vistos fazendo a limpeza dos imóveis.

No entanto, na parte mais baixa do Centro, que é cortada pelos rios Negrinho e Serrinha, ainda há ruas alagadas. O bairro Vila Nova, no início da cidade, também apresenta alagamento nas ruas que margeiam o rio Serrinha. Conforme a Defesa Civil de Rio Negrinho, há na cidade 153 desabrigados e 4.900 desalojados.

Engenheiros da Prefeitura percorrem as áreas em que não são mais registrados alagamentos para avaliar a situação dos imóveis. De acordo com a Defesa Civil, os profissionais estão surpresos com nível de deterioração, tanto nos comerciais quanto nos residenciais, o que não ocorreu nas outras duas enchentes que afetaram o município em 1983 e 1992.

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No interior, pelo menos duas pontes foram arrancadas nas localidades de Rio dos Bugres e Posto Castilho, mas também há outras que tiveram as cabeceiras danificadas pela força das águas.

Mafra

O Rio Negro está baixando entre três e quatro centímetros por hora. A última medição feita na manhã desta segunda-feira apontou 10,28 metros fora da calha. A diminuição no nível das águas já possibilitou a liberação de alguns acessos, como o da ponte Campo da Lança na BR-116, km 2, e a liberação completa da ponte que liga o Centro de Mafra ao de Rio Negro (PR).

A cidade contabiliza 3.265 atingidos pela enchente, sendo 703 desabrigados e 2.562 desalojados. Segundo a Defesa Civil, um levantamento prévio feito pela Prefeitura calcula que serão necessários R$ 16 milhões para o conserto de estradas, pontes e recuperação das redes pluviais, responsáveis pelo escoamento da água no perímetro urbano.

O interior do município ainda apresenta cerca de 15 localidades isoladas, entre elas: Bela Vista do Sul, Rio do Cedro e Rio da Areia. O prejuízo na agropecuária e agricultura é de cerca de R$ 2 milhões. As pastagens foram as mais atingidas, seguidas pelo plantio de hortaliças, mel e colmeias, produção de leite e cultura de trigo.

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Canoinhas

A cidade apresenta 626 famílias atingidas pela enchente, dessas 71 estão desabrigadas e 555 desalojadas. O Rio Canoinhas que chegou a medir 7,99 metros fora da calha, está com 7,60 metros na manhã desta segunda-feira.

De acordo com a Defesa Civil, em algumas ruas do Centro já não há mais água. A avenida que dá acesso a cidade também já está liberada. Entretanto, os bairros Campo da Água Verde e Água Verde, os mais atingidos, permanecem alagados.

A área rural do município também foi bastante atingida. Segundo a Defesa Civil, ainda há comunidades isoladas. Na localidade de Taunai, por exemplo, há 25 famílias ilhadas. Um helicóptero da Polícia Civil está à disposição da cidade e faz entrega de mantimentos para as famílias isoladas no interior.

O acesso entre Canoinhas e Porto União, pela BR-280, ainda tem água na pista. De acordo com a Defesa Civil, apenas veículos grandes conseguem passar pelo local.

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Porto União

O município é o que está em situação mais complicada no Planalto Norte, já que o Rio Iguaçú permanece subindo cerca de um centímetro a cada duas horas. Na manhã desta segunda-feira, ele media 8,11 metros. A Defesa Civil acredita que o rio deva se estabilizar ainda nesta segunda, porque o nível de água nos afluentes já diminuiu consideravelmente.

Na cidade há mais de cinco mil atingidos pela enchente, entre eles 275 famílias desabrigadas. O bairro mais afetado pelas águas é o Santa Rosa, que também é o mais populoso do município. O acesso entre as cidades de Pascoal e Irineópolis, pela BR-280, permanece interditado pelas águas.

Três Barras

A cidade tem 720 famílias nos 14 abrigos cadastrados pela prefeitura e 587 famílias estão desalojadas, ou seja, em casa de vizinhos ou parentes. No total, quase seis mil pessoas tiveram de deixar as suas casas por causa da enchente.

A previsão da Defesa Civil do município é de que parte dos moradores possam começar a retornar para as suas casas ainda nesta semana. Isso porque, o Rio Canoinhas, que chegou a medir nove metros fora da calha no início da tarde desta segunda, começou a baixar um centímetro por hora.

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