Uma parceria entre empresa e universidade possibilitou a soltura de 1,5 mil peixes nativos no Rio Uruguai em Piratuba, no Meio-Oeste de Santa Catarina. Mil piavas, 200 dourados e 300 suruvis, todos com média de 25 centímetros de comprimento, foram colocados na água nesta quarta-feira.
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Os peixes guardam um segredo científico. É possível identificar cada um dos animais soltos por meio de uma marca localizada no esqueleto. Para isso, é necessária uma análise de laboratório dos ossos das cabeças de cada exemplar.
Na prática, quando alguém pescar uma destas espécies deve guardar os ossos no freezer ou no congelador da geladeira. Depois é fazer um contato com o Laboratório de Biologia e Cultivo de Peixes de Água Doce da Universidade Federal de Santa Catarina (Lapad), que fará o monitoramento das espécies.
Quem colaborar com a pesquisa, ganhará um brinde especial a cada peixe capturado e estará contribuindo para o acompanhamento e a avaliação do sucesso do repovoamento do rio.
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Segundo o coordenador do Lapad, professor Evoy Zaniboni Filho, nos últimos anos foram verificadas reduções no número de exemplares das três espécies soltas em Piratuba. Em virtude da dificuldade em migrar para se reproduzir, a indução à desova e fertilização in vitro dos peixes é feita em laboratório.
– As diversas interferências antrópicas foram as responsáveis pelo desaparecimento destes peixes – explica.
Por meio de estudos e pesquisas como esta, são identificadas as características genéticas da população de peixes, o tamanho adequado e o melhor período para soltura. Feito isso, todos são devolvidos ao seu habitat, promovendo a preservação das espécies.
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A iniciativa da soltura é dos consórcios Machadinho e Itá e a Tractebel Energia, em parceria com o Lapad. Quem encontrar uma das espécies no Rio Uruguai deve ligar para o telefone 0800-6440026.