A prefeitura entregou um decreto de intervenção na Fundação Hospitalar de Rio Negrinho e passou a administrar a unidade após alegar “estado de perigo público”. O hospital é filantrópico e recebe verbas da prefeitura, do Estado e do Ministério da Saúde, mas recentemente, divulgou um prejuízo de R$ 400 mil mensais que chegaram a paralisar o funcionamento da UTI e trouxe risco aos atendimentos na maternidade.
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O decreto foi publicado na manhã desta quinta-feira (31) no Diário Oficial do município e a ação contou com a presença do prefeito Caio Treml (Republicanos) e também de policiais militares. A intervenção vale por 180 dias, podendo ser prorrogada em caso de necessidade, e o secretário da Saúde do município, Rafael Schroeder ficará responsável pela administração. Neste período, portanto, o interventor poderá contratar serviços de apoio de gestão hospitalar.
Rafael ainda tem um prazo de 60 dias para emitir um relatório informando as medidas adotadas e o demonstrativo simplificado da situação financeira do hospital, sem prejuízo de outras prestações de contas previstas em lei ou contrato. Após finalizado, o documento deve ser encaminhado para a prefeitura, Câmara de Vereadores e Ministério Público.
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Hospital ficou só com uma UTI funcionando
No decreto, de 14 páginas, a Prefeitura de Rio Negrinho detalha os problemas enfrentados por pacientes que buscam a unidade e cita que as “constantes ameaças de fechamento” têm trazido pânico aos moradores.
O principal ponto levantado no documento é que a situação de emergência se agravou nos últimos dias após o fechamento de nove de dez leitos de UTI que têm instalados na unidade. Além disso, cita que no dia 19 de agosto dois pacientes agravaram o quadro e precisaram de internação na ala, mas como não tinha vagas, foram transferidos para Jaraguá do Sul. Um deles, no entanto, não resistiu e morreu. Três dias depois, mais uma pessoa foi a óbito após esperar 24 horas por um leito.
Ao A Notícia, o secretário Rafael Schroeder confirmou que todas as vagas de UTI reabriram de imediato logo após a intervenção do governo municipal e que a maternidade, que corria risco de fechar, “não corre mais”.
O decreto ainda cita que há registros de negligência médica, “com ampla circulação
das ocorrências na mídia local” e que há informações recebidas de “diversos médicos” que não receberam seus pagamentos, “colocando em risco a continuidade dos serviços prestados à população”.
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Além disso, alega que, nesta quinta-feira, a Fundação Hospitalar de Rio Negrinho
começou a demitir funcionários “de maneira imotivada” e determinou férias para “uma série” de trabalhadores sob alegação de corte de custos.
Déficit de R$ 400 mil
No mês passado, a Fundação Hospitalar alegou um prejuízo mensal de R$ 400 mil. Segundo o presidente da instituição, Antonio Oliveira Gomes Filho comentou à época, o déficit é causado pela falta de repasses por parte da prefeitura e do Estado. No decreto, no entanto, o governo municipal alega que, nos últimos três anos, os repasses foram superiores à correção do INPC.
Diante das reclamações, a prefeitura diz que, anteriormente, já havia formalizado uma proposta à direção da unidade para tomar frente na administração do Pronto Socorro e conduzir as atividades, mas afirma que a sugestão foi “prontamente recusada” pela fundação.
Vale destacar que o Hospital de Rio Negrinho é o único na cidade e possui a porta de entrada da urgência e emergência, leitos de enfermaria e Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
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