Rio do Sul colhe os frutos do investimento em empreendedorismo e criação de oportunidades. A principal cidade do Alto Vale do Itajaí, onde nasce o Rio Itajaí-Açu, é o polo de referência para quase 30 municípios, uma população regional de cerca de 300 mil habitantes. Ela tem construído para si um novo perfil econômico, com perspectiva de crescimento a longo prazo.
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A guinada de desenvolvimento foi impulsionada pelo projeto Cidade Empreendedora, uma parceria com o Sebrae que começou em 2017 e já passou por duas etapas. Esta iniciativa leva estratégias de empreendedorismo para a administração pública, com o objetivo de alavancar os resultados socioeconômicos dos municípios. Rio do Sul foi a primeira cidade de Santa Catarina a se inscrever no programa.
No início, a prioridade era desburocratizar processos, torná-la mais atrativa para o ambiente de negócios e aberta a investimentos – começar a transição para consolidar a capital do Alto Vale como Capital de Oportunidades. Desta necessidade nasceu a Casa do Empreendedor, para facilitar a abertura de pequenas empresas e formalizar microempreendedores, que já é um dos espaços com melhor desempenho no estado. O resultado deste processo já está visível nos indicadores de crescimento.
Novos negócios e mais oportunidades
Desde então o número de empresas ativas na cidade praticamente dobrou: de 5,2 mil em 2016 para 9,8 mil até julho deste ano. A abertura de novas empresas, que nos últimos cinco anos manteve uma média de 1,2 mil anuais, deve surpreender em 2021: até 22 de julho a cidade já contabilizava mais de mil novos CNPJs, de acordo com dados da Secretaria de Administração e Fazenda.
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O setor mais impulsionado foi o de serviços, o que mostra a mudança de perfil da cidade. Antes reconhecida principalmente como polo industrial e têxtil, nas últimas duas décadas Rio do Sul se transformou em um grande centro de comércio para a população do entorno. Na cidade também estão sediados serviços públicos essenciais para a região e as principais universidades. As exportações – concentradas nas áreas de pecuária e maquinário industrial – seguem em bom ritmo. Em 2020, a cidade negociou US$ 111,7 milhões em exportações.
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A consequência desta evolução também está nos dados de emprego. Além do mercado de serviços ampliado, o desenvolvimento de empresas de tecnologia da informação também fomentou o número de vagas disponíveis.
As contratações com carteira assinada crescem progressivamente, superando os anos de 2014, 2015 e 2016, quando a cidade registrou saldos negativos, com mais demissões que admissões. O resultado do primeiro semestre de 2021 por enquanto é recorde, com saldo positivo de quase 2 mil vagas, o que coloca Rio do Sul em 14º lugar no ranking catarinense de geração de empregos, de acordo com o levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Hoje são 26,6 mil empregados formais.
Replanejamento financeiro
Outra parte importante e indispensável adotada pelo município foi revisar as estratégias de administração pública e identificar gargalos de investimentos. Em Rio do Sul, esta etapa envolveu revisão de contratos, redução de secretarias, corte de comissionados e reorganização das contas públicas. O ajuste fez o orçamento anual do município aumentar mais de 80% em comparação a 2016, mesmo com o congelamento de impostos.
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Mais dinheiro no caixa do município significa mais disponibilidade para investir em infraestrutura – como o projeto de reurbanização da Estrada Blumenau, a nova ligação com Presidente Getúlio, o balizamento noturno do aeroporto Helmuth Baumgarten, a pavimentação de ruas e o início das obras do acesso Leste, uma nova ligação à BR-470 aguardada há décadas. Um dos próximos objetivos é viabilizar o projeto de um novo contorno Oeste da cidade, com acesso pela rodovia federal e nova ponte.
O futuro de Rio do Sul
Para se firmar como Capital de Oportunidades, estabelecer diretrizes para o futuro é uma constante. Rio do Sul lançou em 2018 o Plano Municipal de Desenvolvimento Econômico (Pedem), que elencou os setores estratégicos de crescimento: varejo, eletrometalmecânico, agroalimentar, têxtil e tecnologia da informação. Mais recentemente, lançou o Plano Municipal de Turismo.
Novos estudos viários também entraram na pauta do município com o projeto Rio do Sul 2050. O programa pretende mapear o cenário atual do trânsito e planejar o crescimento ordenado e a segurança viária da cidade, para acompanhar o desenvolvimento previsto para as próximas décadas. O estudo inclui plano de mobilidade, nova concessão para o transporte coletivo, previsão de obras estruturantes e alternativas sustentáveis para o trânsito.

Para que seja atrativa a investidores e empresários, uma cidade deve começar a aplicar as lições do empreendedorismo no próprio âmbito municipal, e é isso o que Rio do Sul tem feito. A reorganização administrativa foi responsável pelo segundo menor gasto proporcional com folha de pagamento entre as prefeituras do estado em 2020: cerca de 37% da receita, enquanto que a média das outras cidades é 50%. Um resultado alcançado a partir de reformas administrativas, controle de gastos, redução de cargos comissionados e valorização de servidores de carreira.
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