A paisagem formada por fileiras de casas e construções baixas, que hoje representam 87% das edificações de Rio do Sul, será estimulada pelo Plano Diretor a se converter em prédios e apartamentos. A medida é resultado da enchente de setembro, a maior registrada na cidade nos últimos 27 anos. A água cobriu 85% da cidade e afetou 12 mil pessoas.
Continua depois da publicidade
A modificação do documento ainda está sendo elaborada e prevê incentivos fiscais a quem construir um pavimento adicional sobre colunas nas áreas alagáveis. O novo texto será analisado pelo Conselho Municipal em fevereiro e, só então, encaminhado à Câmara de Vereadores para aprovação.
– Nós temos que adaptar a cidade à enchente. Não há como solucionar o problema definitivamente. Proibir novas construções em áreas de risco e verticalizar a cidade cria situações favoráveis para se defender da enchente, porque vamos tomar água de novo no futuro – considera o secretário-adjunto de Planejamento, Urbanismo e Meio Ambiente, Heber Xavier Ferreira.
Mudança oferece benefícios fiscais
Continua depois da publicidade
Aos novos empreendimentos em áreas com cota de até 10 metros do leito do Rio Itajaí, o município pretende oferecer descontos no Imposto Territorial e Predial Urbano (IPTU) e autorizar o acréscimo de um pavimento ao potencial construtivo. Para isso, o piso térreo deverá ser usado como espaço não habitável, servir como garagem, por exemplo.
Além disso, as novas construções terão de garantir 20% de solo permeável no terreno, para facilitar a absorção da água da chuva. As áreas consideradas de alto risco de alagamentos ou com risco de deslizamentos de encostas serão interditadas definitivamente.
Defesa Civil identifica áreas de risco
O Plano Diretor está sendo revisto com base no levantamento de áreas de risco, feito pela Defesa Civil. Desde setembro, o estudo, em parceria com as universidades federais de Santa Catarina e Paraná e Serviço Geológico Brasileiro, apontou 32 áreas do município com algum grau de perigo.
Continua depois da publicidade
Os resultados da pesquisa se converteram num decreto, assinado no começo de janeiro pelo prefeito Milton Hobus. São 23 zonas com possibilidade de movimentação do solo e oito áreas de alagamento. As áreas estão divididas entre as 25 zonas interditadas permanentemente e as demais, liberadas com restrições ou monitoradas.
– Nas liberadas com restrições, vamos avaliar a permissão para novas construções, exigindo um laudo de um engenheiro contratado pelo proprietário do imóvel para justificar a segurança da construção – explica o diretor da Defesa Civil, André Wormsbecher.
Detalhes na edição impressa do Santa desta segunda-feira.