A estreia de Ricardinho como comandante do Avaí não foi exatamente como ele esperava. Da beira do gramado, completamente encharcado, o novo treinador viu o zagueiro Alef e o lateral Gustavo fazerem lambanças na primeira etapa e dificultarem o jogo que já não era fácil. Apesar disso, o empate em 2 a 2 com o Criciúma, na Ressacada, causou boa impressão e, se não foi o começo dos sonhos, pelo menos deixou Ricardinho satisfeito.
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– As circunstâncias foram atípicas. O gramado estava encharcado, pesado, e a única opção tática era botar a bola nos atacantes, e por isso nós usamos o Danilo, para ter peso na frente. E nós demoramos um pouco para assimilar isso, até porque levamos um gol muito cedo e isso muda todo o cenário. Quando entendemos isso, cumprimos bem e jogamos no campo do adversário – disse o treinador avaiano após a partida.
O campo pesado e cheio de poças d’água realmente atrapalhou a atuação do técnico, que perdeu Eduardo Costa ainda no primeiro tempo. Em seu lugar, lançou Ricardinho, que deu mais velocidade ao time e foi um dos destaques do jogo, participando das melhores chances. No intervalo, outra substituição foi promovida e surtiu efeito: Danilo entrou para explorar melhor as bolas aéreas, a saída encontrada por Ricardinho. E foi do contestado atacante a assistência para o gol de empate, marcado por Roberson.
Pelas palavras, Ricardinho gostou do que viu em campo: uma dupla de ataque perigosa, um meio de campo de muito combate e um capitão extremamente participativo. Mas ele sabe também que há muito a melhorar, principalmente na defesa, e conta com a ajuda do auxiliar Emerson Nunes para evitar que os erros se repitam.
O que não deixou o treinador nada feliz foi o pênalti sofrido por Marquinhos nos minutos finais e ignorado por Célio Amorim. Mas enquanto o galego, que completou 200 jogos pelo Leão, disparou contra a arbitragem, o paciente Ricardinho foi na contramão e preferiu minimizar o erro do juiz.
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– Tivemos uma penalidade máxima clara, em cima do Marquinhos, que, infelizmente, o juiz não viu. As outras, na minha opinião, não acontecerem, mas a do Marquinhos foi clara. Ele errou e foi um erro grande, mas não acredito que tenha agido de má fé. Se pensasse assim, teria que abandonar o futebol – garantiu o treinador, que aproveitou para elogiar a entrega dos atletas nas condições do campo.
– O espírito de entrega e comprometimento foi muito grande. Então eu não posso, hoje, não estar satisfeito com o Avaí, porque foi uma equipe que brigou, buscou o resultado. Infelizmente, a vitória não veio nesse jogo, mas ela virá para frente – completou Ricardinho, que terá apenas dois dias para trabalhar antes do próximo compromisso.
O Avaí volta a campo no domingo, quando visita o Juventus em Jaraguá do Sul. Para os atletas, outra oportunidade de mostrar serviço ao novo treinador, que, por sua vez, espera ver o time em condições ideais, já que na quarta-feira, a chuva não deixou.