Ribeirão em Joinville amanhece com forte coloração azul e peixes são encontrados mortos

Moradores da rua Cidade de Luiziana, no bairro Itinga, em Joinville, se assustaram na manhã desta sexta-feira com a tonalidade do rio que corta a rua. Por volta das 10 horas, o Ribeirão dos Peixinhos, um riacho que desemboca no rio Piraí, estava completamente azul. E vários peixes foram encontrados mortos à margem do rio, recolhidos e enterrados pelos moradores.

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Eles acionaram a Fundação Municipal de Meio Ambiente (Fundema), que esteve no local para colher amostras da água do riacho, que ficou colorida de um azul intenso. A suspeita é de que a tinta tenha sido despejada na rede pluvial por uma empresa localizada próximo do local.

Isso porque moradores afirmam que viram a empresa em funcionamento pela manhã, mas quando os fiscais foram até o local, havia um aviso na porta, informando que a empresa só retomaria as atividades na próxima segunda-feira. Além disso, logo depois que a empresa foi fechada, foi possível perceber que a poluição no rio foi diminuindo gradativamente.

Para os moradores, o aviso na porta foi uma manobra da empresa para fugir do flagrante. Mas, de acordo com o coordenador da área de laboratório da Fundema, João Marcelo Silvestre, a empresa será notificada na segunda-feira.

– Um fiscal irá até o local, para fiscalizar a empresa e entregar a notificação – afirma.

Segundo ele, ainda não é possível calcular o valor da multa.

– Isso vai depender o grau de poluição e de impacto ambiental, que será determinado com base nas análises da água, e o laudo só deve sair dentro de 10 dias úteis – explica.

O aposentado Jandi Luiz Corrente, que já trabalhou no setor de educação ambiental da Fundema, e mora ao lado do rio, chegou a guardar um balde da água do rio, contaminada com a tinta, como prova do crime ambiental.

– É impressionante o tom que ficou a água e a quantidade de peixes que morreram, só neste trecho do rio – dizia, indignado.

– Tive que retirar meus patos de perto do rio, com medo que eles também morressem – conta Jandi, que tem uma pequena propriedade às margens do riacho.