A edição de 1995 começou tumultuada, com uma série de substituições na equipe organizadora do festival. Saía das mãos de Albertina Tuma a direção do evento, e Sylvia Borges era afastada da coordenação técnica. Houve até uma comoção nacional de artistas, que manifestaram, por meio de documentos, o descontentamento com a decisão que poderia comprometer a qualidade do festival.
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No documento, constavam nomes como Nora Esteves, Ana Botafogo, Tatyana Leskova, Dennis Gray, Irene Orazen, Tereza Augusta, Paula Rodrigues, Cecília Kerche, Áurea Hämmerli, Francisco Timbó e Marisa Estrela.
O prefeito da época, Wittich Freitag, no entanto, preferiu não falar sobre o assunto, apenas alegando que a nova reformulação era necessária pelo fato de que o evento se tornara caro demais para os cofres do município. A nova configuração da organização ficava assim: Zelândia Ramos, presidente da Fundação Cultural na época, Rolf Sell e a ex-bailarina Karen Busch assumiram o desafio.
Toda a mudança não surtiu efeito para o bolso público e os gastos com o Festival de Dança foram de quase 50% a mais do que a edição anterior. Um dos motivos pelo valor ter subido, segundo relata o livro “15 Anos de Dança”, foi o alto cachê pago aos bailarinos Cecília Kerche e Igor Zelensky, atrações da Noite de Abertura. A dupla dançou o balé “O Corsário” por duas vezes, na abertura reservada a convidados e patrocinadores e outra aberta ao público.
Você sabia?
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Um grupo de Cruz Alta, no Rio Grande do Sul, teve uma surpresa ao subir ao palco na gala dos campeões: tinha uma mala no meio do palco. Ela foi esquecida pelo grupo anterior e os bailarinos Renata Bilibiu e Alexon Wentz não tiveram outra escolha senão incorporar o objeto na peça “Barcelona”.
Foram criados alguns prêmios inusitados neste ano, como ” Melhor grupo ensaiado” e “Prêmio profi ssional master”. Já os tradicionais prêmios “Luiz Sorel” e “Cecília Kerche” foram cancelados.