O Diário Catarinense vai celebrar com os leitores os 10 anos da sua revista dominical Donna neste fim de semana. A edição especial comemorativa está imperdível. Ao mergulhar numa retrospectiva da década, a equipe do Donna elegeu 10 mulheres que fazem parte da história da publicação para lembrar por que elas estamparam as páginas da revista e descobrir qual o momento vivem agora. Famosas ou anônimas, elas foram escolhidas por serem símbolo da versatilidade feminina traduzida pelo Donna.

Continua depois da publicidade

As três principais áreas abordadas foram comportamento, família e sexo. Em alguns momentos, como ao trazer uma gordinha em paz com a balança na capa de 30 de novembro de 2003, o Donna foi precursor. Na época, eram raras as campanhas publicitárias, em revistas ou na televisão, tendo gordinhos na condição de protagonistas.

Ao longo da década, a revista registrou as mudanças da sociedade principalmente pela ótica da mulher, mas sem deixar de lado as questões masculinas. O suplemento acompanhou de perto os novos arranjos familiares, a reivindicação da mulher pelo direito à sua sexualidade, com cada vez mais poder nas empresas, adiando ou até mesmo abrindo mão do projeto da maternidade em função da profissão. Alguns temas, como a busca pelo tempo para dar conta de todos os compromissos na agenda da mulher que desempenha cada vez mais papéis, vieram à tona mais de uma vez. Apareceu na capa de 31 de agosto de 2003 e novamente em 26 de agosto 2012, na primeira capa em papel couchê do caderno.

– É uma faca de dois gumes, uma conquista e uma danação. As exigências para a mulher são maiores e, como consequência, aumenta o estresse. A mulher está tendo cada vez mais doenças que eram dos homens – destacou a antropóloga e professora da Udesc Flávia de Mattos Motta, para quem a grande conquista feminista nos últimos 10 anos foi a aprovação da lei Maria da Penha (2006).

– É mais um instrumento de defesa da mulher, apesar de alguns problemas na aplicação das medidas protetivas.

Continua depois da publicidade

Leitor e colecionador do Donna, o psicólogo Tito Sena, pesquisador do Laboratório de Relações de Gênero e Família da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), diz que não podemos descolar as mudanças de comportamento, de sexualidade e no núcleo familiar dos acontecimentos do final do século 20.

– A luta das mulheres pelos direitos de igualdade na profissão, na política, na família e no sexo, entre outras áreas, acabou por transformar as relações de gênero – afirmou Sena.

– E o Donna tem apoiado isso, dando espaço para os questionamentos femininos. A mulher não quer mais ser coadjuvante nas relações sexuais.

Nesta edição de aniversário, a garota da capa é a modelo Aline Weber. A editora Laura Coutinho conversou com ela no backstage do Fashion Rio e conta por que Aline é a top catarinense do momento.

Continua depois da publicidade