Ao entrar no Arquivo Histórico José Ferreira da Silva, em Blumenau, no início de uma tarde de quarta-feira, o clima de riqueza histórica e cultural, já esperado, contagia. Estavam ali, espalhadas sobre a maior mesa da sala, algumas edições da revista Blumenau em Cadernos, que neste mês completa 55 anos. As cores, ilustrações e marcas do tempo nas páginas chamavam a atenção por retratar nuances e histórias da cidade.

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Mas justamente em um ano de comemoração surge a preocupação da queda acentuada de patrocinadores. Na edição de abril de 1978, com 40 páginas, havia 31 patrocinadores. Já a revista de setembro/outubro deste ano, com 128 páginas, tem apenas três patrocinadores.

A renovação de leitores também não é tão acentuada como o esperado, segundo a historiadora e arquivista Sueli Petry, diretora da Blumenau em Cadernos. A média, que já chegou a 300 assinantes, hoje é de 220 leitores fiéis. A revista nunca parou de ser veiculada. A periodicidade é bimensal e a distribuição é feita em Blumenau.

A manutenção do custo bimensal de R$ 5,8 mil, com despesas de publicação e distribuição, se dá pelos patrocinadores e assinantes. Os colaboradores enviam material gratuitamente. A média é de quatro a cinco colunas e um a dois artigos enviados para cada edição, analisados posteriormente pelo Conselho Editoral, composto por oito integrantes.

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Sueli comenta que há uma preocupação quanto à publicação impressa da revista devido à falta de recursos e à vinda da tecnologia:

– A cada dois meses primamos pela pontualidade. É por amor. Ainda não há prejuízo, mas a revista vem sobrevivendo com dificuldades para manter esse ritmo bimensal – afirma, entre um suspiro e lágrimas que caíam sobre o rosto. – A modernidade nos exige que a Blumenau em Cadernos esteja disponível via impressa e online. As publicações são de vital importância aos pesquisadores, permitindo o uso do conteúdo que se torna perene.

O conteúdo da revista já está totalmente digitalizado e em 2013, estará disponível online. Sobre os recursos, a diretora afirma que a partir do falecimento de antigos patrocinadores, não houve continuidade e que as empresas mudaram de perfil:

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– O tempo mudou. Hoje, queremos sensibilizar as pessoas e mostrar a importância desta revista que passou dos 50 anos. É uma mulher de meia idade que quer sobreviver e atender à comunidade.

>>> Leia a reportagem completa no caderno Lazer na edição do Santa desta sexta-feira <<<