A revisão do plano diretor de Balneário Camboriú começa a ser discutida em reunião colegiada a partir de segunda-feira mas já rende muita polêmica no município. O último ato foi a apresentação, na última quarta-feira, de uma versão alternativa ao plano, proposta pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon).

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A principal diferença entre as 300 emendas protocoladas para a revisão do plano se refere à construção civil. Enquanto a administração municipal propõe a redução no volume de edificações, o Sinduscon sugere liberar áreas para a edificação de prédios, como a Praia de Laranjeiras e a região do Barranco (que permeia o Rio Camboriú, próximo a Via Gastronômica).

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Conforme o secretário de Planejamento, Fábio Flor, que assina a proposta do governo, uma das sugestões é diminuir o número de unidades por metro quadrado. Enquanto hoje é possível construir um prédio de 40 andares na área central da cidade, por exemplo, ele propõe que o mesmo espaço passe a contar no máximo com 30 pavimentos.

– O objetivo é reduzir o adensamento populacional, aumentar a qualidade de vida e tornar a cidade mais sustentável para as futuras gerações – afirma.

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A prefeitura também propõe que o tamanho mínimo de um terreno passe a ser de 65 metros quadrados. O plano atual permite construções em terrenos de 50 metros quadrados. Outra proposta diz respeito ao número de vagas nas garagens. Hoje o mínimo é uma vaga, a prefeitura quer que esse número aumente para duas.

– Hoje os carros ficam nas ruas. É só andar pelo bairro das Nações para ver. As pessoas deixam um carro na garagem e o outro na rua – observa o secretário.

Por meio dessas adequações, o governo municipal espera diminuir entre 25 e 30% a projeção da população de Balneário Camboriú nos próximos anos.

O que sugere o Sinduscon

A proposta apresentada pelo Sinduscon tem um prazo de 10 anos para ser executada e um investimento estimado em R$ 2 bilhões. O documento também propõe o aumento no tamanho dos terrenos. Segundo o dono da Le Padron – consultoria contratada pelo sindicato para fazer o estudo – Sergio Gollnick, o ideal seria um terreno de 750 metros quadrados para comportar um prédio de 10 pavimentos e não 250 metros quadrados como ocorre hoje.

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– Dessa forma o prédio teria área de recuo, passeio e não criaria um ambiente opressivo como ocorre atualmente – explica.

O Sinduscon também sugere garagens com mais vagas. A ideia é que cada apartamento tivesse direito a até seis lugares, dois gratuitos e os demais pagos. O recurso iria para um fundo específico para investimentos em mobilidade urbana.

Liberação de novas áreas

A proposta do sindicato sugere construções de grande porte em áreas hoje não permitidas sob a justificativa de investimento na cadeia hoteleira e para a criação de novos equipamentos turísticos. É o caso da região do Barranco. De acordo com Gollnick, a área tem grande potencial para mesclar hotelaria com uma marina e, por estar próxima de onde será o futuro Centro de Eventos, vai agregar ainda mais valor.

– O rio talvez tenha valor muito mais importante do que a praia, porque em dias chuvosos, a borda do rio não tem a mesma agressividade. Hoje as bordas dos rios são muito mal utilizadas – diz.

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