Revelado no Figueirense, técnico da seleção olímpica Rogério Micale tem a missão de conquistar o ouro

Mário Rogério Reis Micale poderia ser técnico de times profissionais, mas por anos optou por trabalhar com categorias de base. Isso lhe garantiu uma expertise que o coloca como um dos mais prestigiados treinadores de base do Brasil. O reconhecimento dessa trajetória veio no ano passado, quando foi contratado para trabalhar com a seleção brasileira sub-20 e na coordenação do projeto olímpico. Apesar disso, ele não seria o comandante durante os Jogos do Rio 2016. Esse cargo ficaria com Dunga. No entanto, com a demissão do treinador pela CBF, Micale ficou com a missão de trazer o inédito ouro olímpico, com o aval de Tite, novo comandante da Seleção.

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Rogério Micale é um personagem importante para a história do Figueirense. Em 2008, ele foi o técnico campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior – título mais importante nas categorias de base do Brasil –, taça que lhe trouxe reconhecimento.

– Um dos melhores técnicos com quem trabalhei na vida. Ele era bem reservado e sabia lidar com todo tipo de jogador, tinha um jeito de comandar cada um. Além disso, tinha a capacidade de unir o time. Na Copa São Paulo ele estudava muito as outras equipes e nosso time jogava conforme o esquema do adversário – recorda Luan, volante do Alvinegro e campeão da Copinha de 2008.

Micale trabalhou por quase três anos no Figueirense.

– Na época, já dava para perceber que ele era diferente, um cara avançado para seu tempo. É um disciplinador que, ao mesmo tempo, sabia cuidar dos garotos. Ele ajudou muito a implementar uma metodologia na base do clube. É um apaixonado por tática e estudava muito sobre futebol – descreve Edson Lima, ex-vice presidente do Figueira.

No Furacão, ele era conhecido pelo apelido de Aranha. Mas os jogadores não se atreviam a chamá-lo assim.

– Era só professor Micale, não dava para arriscar chamar ele de Aranha. Ele sempre teve um estilo mais duro, mas estive com ele no início do ano e ele mudou bastante nesse quesito da bronca com os atletas. Ele está muito mais tranquilo. O que não mudou foi a obsessão por estudar sobre futebol. Continua muito ligado a tudo que é novidade – conta o atacante Soares, que trabalhou com o técnico na base do Londrina e do Figueira.

Hemerson Maria, hoje técnico do JEC, trabalhou com ele na base do Figueira e vê com confiança o trabalho de Rogério Micale na seleção.

– Ele evoluiu muito na profissão. Foi ele que montou todo o projeto olímpico, trabalhou com o time no Pan-Americano e no Mundial. Ele conhece todos os atletas de base, que jogam no Brasil e no exterior. Além disso, é um técnico que trabalha um futebol moderno, com linhas altas, compactação e ofensivo.

Outro que confia muito em Micale é André Figueiredo, coordenador de base do Atlético-MG.

– Ele está preparado para assumir esse desafio. Conhece os atletas e acredito que tem tudo para conquistar o ouro. Além disso, está pronto para assumir qualquer time profissional.