Um dos ex-funcionários do X (antigo Twitter) no Brasil, que não quis se identificar, disse que não esperava o fechamento do escritório da plataforma no país, que foi comunicado em uma reunião que durou 15 minutos: “Foi totalmente inesperado. Por mais que eu soubesse do aumento das tensões do X no Brasil, os resultados da equipe estavam ótimos e não achei que isso ia acontecer”, disse. As informações são do g1.
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O homem relata que, no dia 15 de agosto, uma quinta-feira, os funcionários da empresa do bilionário Elon Musk tiveram um reunião on-line da equipe, que possuía aproximadamente 35 pessoas no país. Ela incluiu Linda Yaccarino, diretora-executiva da big tech.
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— Na chamada, eles mencionaram preocupações com o cenário da operação brasileira do X e deram a entender que haveria mudanças. Mas, em nenhum momento, falaram em fechar o escritório — relembra.
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Já no sábado, dia 17 de agosto, às 10h, a equipe foi acionada a participar de uma nova reunião, com Yaccarino.
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— Eu estranhei, porque esse tipo de compromisso no final de semana não era comum no X. Mas, como era com a CEO, imaginei que era algo importante — explica.
Foi neste dia, dois dias após a primeira reunião, que ele e os outros funcionários foram informados sobre o fechamento do escritório do X no Brasil e, por consequência, da extinção dos empregos.
O homem relata que a reunião durou por cerca de 15 minutos. Nela, a executiva-chefe justificou o fim das operações da empresa no Brasil com “complexidades legais”, além de comunicar que o RH iria entrar em contato para os próximos passos.
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— Menos de 1 hora depois, os meus acessos ao sistema da empresa já tinham sido bloqueados. De maneira geral, foi muito frustrante, principalmente, porque o trabalho da equipe estava indo muito bem e tínhamos planos pela frente — relata.
Depois do comunicado, o RH entrou em contato por e-mail. Nos dias seguintes, verbas rescisórias foram pagas aos funcionários, com exceção da multa do FGTS, que é direito de todo funcionário que está em regime CLT.
O profissional contou, ainda, que o RH do X Brasil era da responsabilidade de uma empresa terceirizada. Na última sexta-feira (30), inclusive, esta empresa comunicou aos ex-funcionários que o depósito dos valores não tem previsão de acontecer, por conta do bloqueio das contas da Starlink, que é a empresa de Musk em operação no país.
Na última quinta-feira (29), o STF determinou que os recursos da empresa fossem bloqueados no Brasil, com o objetivo de garantir o pagamento das multas aplicadas pela Justiça contra o X.
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De acordo com o funcionário, o X ainda não comunicou nada sobre o assunto com os ex-funcionários.
— Nesse sentido, estamos apreensivos. Queremos seguir em frente, mas temos que ter os nossos direitos respeitados — conta.
A equipe do X Brasil, segundo ele, era composta de profissionais experientes, unidos e que mantém contato.
A boa notícia é que o mercado de trabalho está sendo receptivo com os ex-funcionários da empresa, uma vez que outras companhias já fizeram contato com ele para propor oportunidades de trabalho. Até o momento, no entanto, ele não definiu nada.
Procurado pelo g1, o X global ainda não deu retorno acerca do assunto até a última atualização da matéria.
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Relembre o que levou a suspensão do X no país
No dia 17 de agosto, o X encerrou as operações no Brasil afirmando que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, teria ameaçado prender a representante legal da empresa no país.
Cerca de uma semana depois, no dia 28 de agosto, o ministro pressionou Musk a anunciar um novo representante em 24 horas, o que não ocorreu. No dia seguinte, então, o ministro exigiu o bloqueio das contas da Starlink.
Durante esse período, mesmo sem o representante legal em solo brasileiro, o X permanecia funcionando no Brasil. Foi no último sábado (31), que a plataforma foi suspensa no país.
Quais são os próximos passos após determinação de suspensão do X, antigo Twitter
A Primeira Turma do STF decidiu, por unanimidade, manter a decisão do ministro de suspender a rede social no país nesta segunda-feira (2). Por isso, o X permanece fora do ar no Brasil.
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*Sob supervisão de Luana Amorim
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