Ainda resta uma alternativa para que os ônibus não parem de circular na Grande Florianópolis a partir de terça-feira. Empresas chamaram sindicalistas para uma reunião na segunda-feira à tarde. À noite, o Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Urbano de Passageiros (Sintraturb) analisa o que será oferecido em assembleia.
Continua depois da publicidade
— A greve já está decidida. Na segunda-feira vamos avaliar o que a patronal irá trazer, se trouxer alguma novidade. Caso contrário, não haverá nenhum ônibus circulando na Grande Florianópolis a partir da zero hora de terça-feira por tempo indeterminado — alerta o assessor da diretoria do Sintraturb, Ricardo Freitas.
Conforme o sindicato que representa as empresas (Setuf), além de Florianópolis, o transporte público será prejudicado em São José, Palhoça, Biguaçu, Governador Celso Ramos, Santo Amaro da Imperatriz e Tijucas. O presidente do Setuf, Waldir Gomes da Silva, explicou que não há como fazer uma oferta salarial melhor.
— É impossível ampliar! Nós já estamos pagando o INPC anual. As prefeituras de Florianópolis e São José, por exemplo, dividiram o INPC em quatro vezes. Então é uma proposta razoavelmente boa nas condições incertas em que o País está vivendo — defende Waldir.
Continua depois da publicidade
O que será discutido nesta reunião, diz Waldir, será a reivindicação de um estacionamento para os ônibus na área central para equalização das tabelas de horários e intervalo intrajornada. O sindicato patronal diz que já reivindicou junto à Prefeitura o uso da área onde funcionava o Direto do Campo, e que a questão ainda não foi definida.
Na segunda-feira, a prefeitura de Florianópolis irá pedir intervenção na Justiça do Trabalho para que se cumpram os requisitos de greve, como frota mínima nas ruas e em maior número nos horários de pico. O Sintraturb informou que esta é uma questão da Justiça.
Alternativa: vans escolares
O secretário de Mobilidade Urbana da Capital, Vinicius Cofferri, acredita que sairá um resultado positivo da mesa de negociação e diz esperar “bom senso”. Mesmo assim, garante que o plano B já está pronto.
Continua depois da publicidade
— Nós temos um planejamento de emergência. Já entramos em contato com os sindicatos de vans escolares e de turismo, e eles estão aguardando uma determinação da Secretaria. Mas é evidente que nenhum sistema alternativo consegue suprir a demanda, o que nós colocamos em operação é um serviço para minimizar o problema — pondera Cofferri.
Ainda conforme o secretário, tudo que for decidido nessa negociação será refletido na tarifa.
A proposta dos patrões é repor a inflação, com 9,83% de aumento, mas o Sintraturb reivindica também um ganho real de 5%. Outra questão é sobre o vale alimentação. O pedido é um benefício de R$ 725, contra os atuais R$ 580.