Um dos condenados no processo do mensalão, o deputado licenciado José Genoíno (PT-SP) enviou nesta sexta-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) recurso contra a decisão da Corte.
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Em 25 páginas, sua defesa cita Chico Buarque e chama de ingênuo quem acreditou na história de compra de apoio parlamentar no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
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Repleto de palavras de ordem, a defesa de Genoino intercalou frases de efeito sobre a inocência do deputado com versos da música Cancion por la unidad latinoamerica, de Chico Buarque e Pablo Milanés.
“José Genoino Neto não merece a pecha de bandoleiro. José Genoino Neto não integra quadrilha. José Genoino Neto, sem favor algum, merece absolvição”, diz o recurso, pouco depois de citar trecho da música: “a história é um carro alegre / cheio de um povo contente / que atropela indiferente / todo aquele que a negue”.
Mostrando indignação não somente por sua condenação por formação de quadrilha, na qual obteve os quatro votos necessários para apresentar o novo recurso, conhecido como embargos infringentes, Genoino também critica a mídia, para ele “panfletária e reacionária”, e diz que “brigará até o fim de sua existência pela causa de sua inocência” também no crime de corrupção: “(Genoino) não se resigna nem nunca se resignará. Não aceita e jamais aceitará sua condenação (…) brigará hoje e até o fim de sua existência (…) quando for e onde for pela causa de sua inocência”.
No recurso, o deputado ainda destaca que não quer somente conquistar “coração e mente” dos novos ministros, Luís Roberto Barroso e Teori Zavascki, em sua tentativa de absolvição pelo crime de formação de quadrilha. Quer, também, fazer com que os ministros que condenaram seu cliente “evoluam” e concordem com o revisor do mensalão, Ricardo Lewandowski, que inocentou os réus.
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“Por maior respeito que se tenha por aqueles que ingenuamente acreditaram na maior ficção da história brasileira, a estória do mensalão – urdida pelo maligno rancor de Roberto Jefferson (…) fato é que reuniões entre presidentes de partidos visando apoio ao governo não constitui, por óbvio, a prática de qualquer ilícito”, afirmou Genoino na defesa.
Doze réus têm direito a apresentar os embargos infringentes – cabíveis quando há pelos menos quatro votos pela absolvição. Condenado como operador do esquema do mensalão, o empresário Marcos Valério pediu ao STF, por meio de embargos infringentes, a absolvição ou redução da pena imposta a ele pelo crime de formação de quadrilha. Valério foi condenado a 40 anos, 4 meses e 6 dias de prisão por cinco crimes.
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