Eleições acirradas, marcadas por discussões nas redes sociais e atentado contra candidato. Ex-presidente preso pela Polícia Federal. Greve de caminhoneiros para Brasil. E a Seleção Brasileira para diante da Bélgica na Copa do Mundo da Rússia. 2018 se despede marcado por mudanças em Santa Catarina e no país. Elaboramos uma lista de fatos que marcaram o ano, da polícia ao esporte, da música às séries e filmes. Confira:
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Novos rumos na política do país
O período eleitoral de 2018 trouxe acirramento, brigas, discussões e novos conceitos para analistas, críticos e interessados no assunto. Dessa vez, tanto nas casas legislativas quanto nos governos estaduais, passando até pelo Palácio do Planalto, as pautas da direita saíram vitoriosas do campo das ideias e terão pelo menos quatro anos para apresentar as tão defendidas mudanças.
A greve que parou o Brasil
Iniciada em 21 de maio, a greve dos caminhoneiros durou 10 dias. A paralisação se deu por conta da política de preços da Petrobras, o modelo de exploração do petróleo, as limitações logísticas do transporte no país e os impactos da concessão de créditos setoriais.
Os protestos atingiram 24 estados já no segundo dia. A atuação dos caminhoneiros provocou desabastecimento de alimentos e combustíveis. Aeroportos tiveram que cancelar voos.
Mesmo que o então ministro Carlos Marun tenha dito que aplicaria multa de R$ 100 mil por hora parada e ter denunciado um locaute (quando os empresários agem por trás de um protesto para barganhar novos benefícios), a paralisação prosseguiu.
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Depois de acordos realizados entre grevistas e governo, na promessa de redução no preço do diesel e maior valor pago pelo preço frete, os caminhoneiros retomaram as atividades.
Lula preso em Curitiba
A 13ª Vara Federal de Curitiba determinou, no dia 5 de abril, a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A medida ocorreu logo após o Tribunal Federal Regional da 4ª Região (TRF4) encaminhar à Justiça Federal do Paraná o ofício autorizando a execução provisória da pena do ex-presidente.
Lula se entregou à Polícia Federal (PF) e foi preso na noite de 7 de abril, após ficar dois dias na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Ele estava num edifício no Centro da cidade do ABC desde quando o juiz Sérgio Moro expediu o mandado de prisão.
O ex-presidente saiu a pé da sede do sindicato às 18h42min e caminhou até um prédio próximo, onde equipes da PF o aguardavam. Ele entrou no carro da PF às 18h47min. A saída teve de ser feita dessa maneira porque, às 17h, Lula tentou sair de carro, mas foi impedido pela militância.
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Novo governador de Santa Catarina
Às 18h34min do dia 28 de outubro, Carlos Moisés da Silva (PSL), bombeiro militar da reserva, foi eleito governador de Santa Catarina com 71,09% dos votos válidos (2.644.179 votos). Já o oponente dele, Gelson Merisio (PSD), ficou com 28,91% dos votos válidos. Houve ainda 855.040 abstenções (16,87%). Somados brancos, nulos e abstenções, chega-se a 1.349.138 votos.
O resultado chamou a atenção porque na pesquisa Ibope colhida de 14 a 16 de agosto e divulgada no dia 17, Moisés tinha apenas 1% das intenções de voto. Nas pesquisas do primeiro turno feitas pelo mesmo instituto, Moisés não esteve entre os três primeiros colocados.
Na última delas, divulgada dois dias antes da votação em 5 de outubro, ele aparecia em quarto lugar, com 9% dos votos. Porém, obteve 29,72% dos votos no primeiro turno. Na pesquisa realizada no dia 26 de outubro, Moisés aparecia com 52% dos votos totais e 59% dos votos válidos.
Na reta final da campanha do segundo turno, alegando problemas de saúde, Moisés não compareceu ao debate na NSC TV. Com isso, conforme as regras assinadas por representantes dos dois candidatos, o outro candidato, Gelson Merísio (PSD), foi, então, entrevistado por 20 minutos ao vivo.
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Apesar de nunca ter ocupado cargos eletivos antes, Moisés já foi coordenador Regional de Defesa Civil, corregedor-adjunto do Corpo de Bombeiros Militar e assessor na Secretaria de Justiça e Cidadania.
O novo governador de SC é contrário ao aborto (defende apenas os casos já previstos na legislação), à legalização das drogas e à pena de morte. É favorável, mas com ressalvas, à revogação do estatuto do desarmamento.
Disputa acirrada para o Planalto
As últimas corridas eleitorais presidenciais vinham se acirrando. A dicotomia entre PSDB e PT ocorreu de 1994 até 2014. No pleito de 2018, muita coisa mudou.
A primeira delas, talvez a que tenha sido o grande trunfo de Jair Bolsonaro (PSL), foi a massificação da utilização das redes sociais. Por meio de grupos de WhatsApp, Facebook e pronunciamentos via Twitter, o presidente eleito e seus aliados conseguiram captar o espírito dominante atual do brasileiro: a insatisfação.
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Bolsonaro grafou: "Precisamos mudar tudo que está aí", disse, contudo, sem explicar como transformará a política. O capitão da reserva se armou de frases feitas e levantou a bandeira do conservadorismo contra as novas forças progressistas.
A disputa foi tensa e se espalhou por todas as esferas. Amigos, colegas de trabalho e famílias brigaram por divergências de voto durante a campanha. Militantes políticos ligados a diferentes posições entraram em clima de guerra nas redes sociais e não faltaram provocações nas ruas, com muitos casos de agressividade verbal e até violência física.
O próprio candidato sofreu com o ar bélico. No dia 6 de setembro, em Juiz de Fora, Minas Gerais, enquanto fazia campanha pelas ruas, o militar da reserva foi atingido por uma facada desferida por Adélio Bispo de Oliveira.
Bolsonaro foi operado e precisou utilizar uma bolsa de colostomia. O estado de saúde do então candidato foi o motivo alegado para que se ausentasse dos debates, o que gerou críticas de seus opositores.
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Mesmo chamado de machista, racista, homofóbico e defensor da tortura, o Brasil escolheu, em 28 de outubro, com 55% dos votos, Jair Messias Bolsonaro como o 38º presidente.
Avaí na elite e Figueirense campeão estadual
No esporte, os times da Capital catarinense deram motivos para o torcedor sorrir. Enquanto o Figueirense iniciou bem a temporada, faturando o estadual, o Avaí, na última rodada da Série B, conquistou vaga para Série A. Já na Copa do Mundo, a Seleção Brasileira criou expectativa em seu torcedor e acabou sendo derrotado nas quartas de final para a Bélgica.
Avaí retorna à Série A
Na despedida do ídolo e camisa 10 Marquinhos, na última rodada e no último jogo do ano, o Avaí conseguiu o acesso para a Série A do Brasileirão. Com muito nervosismo, chuva e sol na Ressacada.
A torcida do Leão, maioria entre os 16.460 no estádio, sofreu um bocado na partida. Mas, como foi ao longo da Série B, jamais perdeu a confiança de atingir a meta do ano. Angústia e nervosismos recompensados pelo orgulho que transborda do peito.
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O empate sem gols com a Ponte Preta, um 0 a 0 nervoso, bastou para que ele diga que está de volta ao grupo dos maiores clubes do futebol nacional.
Figueirense conquista o Estado
Em abril, o Figueirense surpreendeu a Chapecoense dentro da Arena Condá e faturou seu 18º título estadual. Gustavo Ferrareis, que era uma das dúvidas alvinegras para a finalíssima do Campeonato Catarinense, foi o herói da conquista ao mostrar o quanto o improvável move o futebol.
Foi dele o chute de muito longe que encobriu o goleiro Jandrei, encontrou as redes da Chapecoense, no começo do primeiro tempo, e anunciou a primeira e única derrota verde na Arena Condá. Maikon Leite ampliou no finzinho.
A Chape perdeu a taça e a oportunidade de conquistar o raro tricampeonato estadual. Justamente na última partida do torneio, diante do maior público em uma partida do catarinense, os 18.064 torcedores viram o alvi-negro fazer 2 a 0 e comemorar o título.
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Medina é bicampeão
Melhor surfista do mundo em 2014, Gabriel Medina conquistou o bicampeonato mundial em 17 de dezembro, ao vencer o sul-africano Jordy Smith e avançar à final em Pipeline, no Havaí, na última etapa da temporada. Com o título, Medina se iguala a Tom Carroll (Austrália), Damien Hardman (Austrália) e John John Florence (Havaí) – todos bicampeões mundiais.
Seleção Brasileira cai nas quartas pela quinta vez
Pela quinta vez na história das Copas, a Seleção Brasileira foi eliminada nas quartas de final. Dessa vez, a seleção europeia que tirou o Brasil do Mundial da Rússia foi uma sensação: a Bélgica de Kevin de Bruyne.
Antes disso, os comandados de Tite estrearam empatando com a Suíça, partida em que houve muita reclamação do lado brasileiro por conta de uma falta sofrida pelo zagueiro Miranda no gol de empate dos adversários.
Na segunda rodada, o alívio veio no fim da partida contra a Costa Rica, com gols de Coutinho e Neymar já nos acréscimos. Para carimbar a vaga nas oitavas, a Seleção venceu a Sérvia com gols de Paulinho e Thiago Silva.
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Nas oitavas, os brasileiros precisariam passar por uma equipe que vinha causando transtornos: o México. A Seleção dominou o jogo e acabou vencendo os mexicanos por 2 a 0, com gols de Neymar e Roberto Firmino, que acabara de sair do banco de reservas.
Um prejuízo chamava a atenção. Por causa dos dois cartões amarelos, o destaque do time, o camisa 5, Casemiro estaria fora das quarta de final diante da Bélgica. O técnico Tite, que chegou badalado ao torneio, escolheu Fernandinho para substituí-lo.
O jogador do Manchester City acabou marcando contra aos 12 minutos do primeiro tempo e não fazendo a falta no começo da jogada que deu o segundo gol aos belgas. Aos 30 minutos da segunda etapa, Renato Augusto conseguiu descontar.
Porém, o baixo rendimento de Neymar e a atuação nula de Gabriel Jesus acabaram deixando o Brasil pelo caminho no Mundial da Rússia.
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O croata Modric e o jovem francês Mbappé brilharam, com o atacante do PSG levando a melhor sobre o meia do Real Madrid e conquistando o bicampeonato para a França. Na final vencida por 4 a 2. Como consolação, Modric ganhou o prêmio de melhor jogador do torneio.
Músicas e artistas que marcaram 2018
As tradicionais listas das músicas mais ouvidas são realizadas a um bom tempo. O ranking já foi feito por revistas, rádios, programas televisivos e agora os aplicativos musicais entraram em cena. Porém, aqui, neste espaço, vamos relembrar músicas e artistas que marcaram os brasileiros de alguma forma.
Roger Waters e o ativismo em turnê pelo país
Justamente no conturbado período eleitoral, o músico ex-Pink Floyd Roger Waters rodou o Brasil com sua turnê "Us + Them". O britânico sempre foi um ativista dos direitos humanos, fez músicas contra guerras, contra o autoritarismo e por liberdade.
A turnê é cheia de críticas políticas, como é comum na carreira de Waters. No Brasil, ele se juntou aos críticos do então candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL) e recebeu aplausos e vaias como resposta. Ele exibiu #elenão no telão e colocou o nome de Bolsonaro em uma lista de líderes mundiais classificados por Waters como neo-fascistas.
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— Se vocês, acharam que músicos devem apenas tocar suas músicas… É obviamente apenas errado. Não devemos. Nós temos responsabilidade como políticos e também como músicos. Eu acredito que todos os artistas, não interessa qual tipo de arte você faça, todos têm responsabilidades de usar a arte para expressar ideias políticas e criar demandas em favor dos direitos humanos — afirmou.
O Blues que vem da Bahia
Chamado de "Kanye West da Bahia", o cantor Diogo Moncorvo, 22 anos, mais conhecido pela alcunha de Baco Exu do Blues, lançou Bluesmann. Mas, pera aí, não é aquele tradicional Blues americano do Mississipi, ao estilo B.B King. O jovem baiano opta pelo rap para falar das questões sociais que vê e sofre, como o racismo.
O artista não poupa críticas e xingamentos em suas músicas e se vale de referências como Jay Z, Jorge Luis Borges, Van Gogh e Exaltasamba. É um disco que dá força aos negros e coloca Baco como um nome estimado pela crítica do rap nacional.
O ano de Iza
Formada em Publicidade e Propaganda, Isabela Lima, mais conhecida como Iza, ingressou na carreira profissional como editora de vídeo. Trabalhou na área de marketing e depois seguiu para um espaço de coworking, onde se identificou.
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Foi quando decidiu largar tudo para se dedicar a isso, experimentando e criando uma base de fãs para se reafirmar como cantora. Então decidiu abrir o seu canal de Youtube. Em 2017, emplacou a música "Quem Sabe Sou Eu" na trilha sonora da novela "Rock Story".
Contou com a participação do ator José Loreto na gravação do clipe "Te Pegar". E explodiu com a música "Pesadão". Em 2018 ela emplacou o hit "Ginga".
Ariana Grande no topo
O trabalho sweetener, que conta com 15 faixas, chegou ao posto de primeiro lugar no chart da Billboard 200, um dos mais importantes da música mundial. Entretanto, mais do que o sucesso, o 4º álbum de Ariana Grande chama a atenção pela sinceridade.
A cantora expõe desde o ataque terrorista que sofreu na Inglaterra em 2017, tema de No tears left to cry, até a proclamação do poder como mulher independente, em God is a woman.
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Séries viraram febre no Brasil
Os tradicionais filmes seguem em alta nas bilheterias e dão assunto para famílias, amigos e pelas mais variadas rodas de bar pelo Brasil. Só que nos últimos anos eles ganharam concorrentes de peso, principalmente com a chegada do streaming. As séries viraram febre no Brasil e o que não faltam são maratonistas e discussões sobre personagens, produções e a famosa dúvida: qual é a melhor?
Sucesso de La Casa de Papel
Na síntese do streaming "Oito ladrões se trancam com reféns na Casa da Moeda da Espanha. Seu líder manipula a polícia para realizar um plano. Será o maior roubo da história, ou uma missão em vão?".
Mas, mais do que isso, cada personagem tem uma história pessoal problemática que é relembrada e um sonho a ser realizado caso o roubo dê certo. Além disso, os diretores de La Casa de Papel trazem a inteligência do "professor", personagem que estudou e planeja todo assalto do lado de fora do estabelecimento, como um ponto alto da série da mesma forma que o drama pessoal da investigadora da polícia.
A série é espanhola e foi lançada em 2017. Até agora, duas temporadas foram realizadas e a terceira deve estar disponível na Netflix em 2019.
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Brasil emplaca 3%
A Série 3%, produzida no Brasil, terá a terceira temporada apresentada em 2019. A história trata de um futuro distópico, na qual as pessoas precisam passar por uma seleção antes de entrarem na vida perfeita. Até agora, um teaser já foi apresentado pela Netflix e se sabe que os novos episódios focarão na vida constituída pela nova sociedade.
O filme do Queen
No nome original, "Bohemian Rhapsody". Mas, no Brasil, correu no boca a boca como o "Filme do Queen". Sob a direção de Bryan Singer, o filme se concentra sobre um período de 15 anos da banda, desde a formação do grupo até a apresentação no Live Aid, em 1985.
O ponto alto da história está na figura Fredie Mercury, o vocalista, e quanto ao estilo de vida extravagante que levava. Quando ele começa a sair do controle, a banda tem que enfrentar o desafio de conciliar a fama e o sucesso com suas vidas pessoais cada vez mais complicadas.