A descoberta de um novo retrato de William Shakespeare que poderia ser o único feito em vida do dramaturgo inglês pretende encerrar, pelo menos por enquanto, o debate sobre sua verdadeira imagem. O professor Stanley Wells, que foi diretor do Instituto Shakespeare, afirmou hoje estar “convencido” de que este é o único retrato feito do dramaturgo em vida, e que os outros conhecidos até o momento são meras cópias.

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A imagem, apresentada hoje em Londres, permaneceu durante séculos oculta entre os quadros da família Cobbe. Alec, um dos membros da família, ao visitar uma exposição sobre o dramaturgo organizada em 2006 pela Galeria Nacional de Retratos, de Londres, notou que, em sua coleção, havia uma imagem muito similar à exibida no museu.

Nessa mostra, os organizadores já admitiam que a identidade da pessoa que aparece no quadro exposto – conhecido como o retrato Chandos e atualmente na biblioteca Folger – não estava provada e que não havia certeza de que fosse um retrato de Shakespeare em vida.

O professor justificou sua confiança em que o retrato que a família Cobbe possui é a imagem real do escritor pelo resultado de análises científicas às quais o quadro foi submetido, e que, em sua opinião, demonstram que os outros três retratos conhecidos até o momento são somente cópias.

O retrato fará parte de uma exposição que estará aberta ao público entre 23 de abril e 4 de setembro deste ano. Também hoje foi confirmado que, debaixo do que atualmente é um armazém abandonado de Shoreditch, estão os restos do primeiro teatro de Londres, construído em 1576 por James Burbage e onde Shakespeare escreveu e participou da representação de sua obra mais conhecida, Romeo e Julieta.

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As escavações permitiram descobrir os restos da parede interior do teatro, que tinha forma poligonal, explicaram os arqueólogos. Segundo eles, provavelmente não havia parede exterior, mas apenas uma série de pilares de tijolo que sustentavam os pisos andares superiores.