Uma reunião na Secretaria de Estado da Saúde na última semana definiu a manutenção dos mutirões de cirurgias eletivas. Em maio, uma decisão havia suspendido os agendamentos nos municípios catarinenses a partir de junho. O assunto foi discutido em reunião da Comissão Intergestora Bipartite (CIB), com secretários municipais de Saúde. A retomada dos procedimentos será viabilizada por um repasse de R$ 7 milhões do Ministério da Saúde a cidades do Estado.
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O valor é referente a operações realizadas desde janeiro e, como não era esperado pelos municípios, deve dar fôlego financeiro para manter ao menos parte do volume de cirurgias pelo Estado. A criação de um Fundo de Amparo aos Hospitais por parte da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) também é vista como uma alternativa de reforçar os incentivos para procedimentos eletivos, mas como ainda não há definição sobre o tema, o eventual aporte não foi levado em conta neste momento. O governo do Estado espera aplicar R$ 25 milhões no programa até dezembro.
Segundo a secretária de Saúde de Blumenau, Maria Regina de Souza Soar, procedimentos que já tinham sido agendados anteriormente vinham sendo realizados ao longo mês de junho. Os reflexos da diminuição devem ser sentidos a partir do mês que vem: a secretaria ainda não informou o tamanho da redução das cotas, mas é certo que o volume de cirurgias autorizadas no município será menor. A área de cirurgia de catarata, que antes não tinha limite máximo, agora passará a ter um teto e deve ser uma das mais atingidas.
– Como a quantidade que foi disponibilizada ao município é menor, algum impacto tem. De qualquer forma, a continuidade do mutirão vai dar vazão às filas existentes e também deve ajudar muito os hospitais de pequeno porte, que contrataram profissionais para as operações e dependem muito de cirurgias eletivas. Um exemplo é o Misericórdia, de Blumenau, que precisa muito dos procedimentos de catarata – explica.
O mutirão do governo do Estado oferece incentivos a profissionais e estabelecimentos que executam as chamadas cirurgias eletivas de média complexidade, que não são de urgência e emergência e podem ser agendadas. Como os valores são mais atrativos para médicos que os da tabela SUS, são realizados mais procedimentos, o que alivia as filas de espera e auxilia as contas das instituições hospitalares e de saúde.
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Filas de cirurgias
Em 2015 foram realizadas em Blumenau 10.204 cirurgias eletivas de média complexidade. Dessas, 2.370 faziam parte da campanha estadual de cirurgias eletivas em Santa Catarina _ o que representa 23% do total. Entre as mais recorrentes estão ortopedia (muitas ligadas a acidentes de trânsito), otorrinolaringologia, catarata _ nesta todos os procedimentos são feitos pela campanha do Estado _ cirurgia geral, urologia e ginecologia. Confira mais abaixo:
Ortopedia
Fila atual: 1,4 mil pacientes
Produção: cerca de 50 procedimentos/mês
Otorrinolaringologia
Fila atual: 578 pacientes
Produção: cerca de 25 cirurgias/mês
Cirurgia de catarata
Fila atual: 506 pacientes
Produção: média de 76 cirurgias/mês
Cirurgia geral
Fila atual: 419 pacientes
Produção: cerca de 70 procedimentos/mês
Urologia
Fila atual: 130 pacientes
Produção: cerca de 30 procedimentos/mês
Ginecologia
Fila atual: 86 pacientes
Produção: cerca de 50 cirurgias/mês