Todos os dias, Paulo Cesar Ferreira, 34 anos, precisa encontrar vaga em algum lugar na região central de Joinville para fazer o seu trabalho. Ele é propagandista de medicamentos e está sempre estacionando em regiões diferentes, mas, nos últimos três anos, não perde muito tempo pela ruas e vai direto para as garagens.
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Paulo Cesar trabalha como propagandista
– Só paro nas vagas de rua se estiver na “cara do gol”. Senão, vou para os estacionamentos privados. Isso me custa pelo menos R$ 300 por mês – lamenta.
Em julho, Joinville completou três anos sem estacionamento rotativo. Ele foi desativado após o fim do contrato de dez anos com a concessionária (mais um período de contrato emergencial) e a cobrança não foi retomada.Com isso, não há mais tempo -limite para um veículo ficar parado nas vagas de rua – na Zona Azul, o período máximo era de duas horas -, o que faz com que elas sejam ocupadas indefinidamente e dificultem a rotatividade em espaços que têm foco no comércio e prestação de serviços.
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O engenheiro Andrei Mathis, 35, até gosta da ideia de não haver cobrança nos locais públicos, mas sabe que isso só acontece porque leva apenas 15 minutos para chegar às ruas centrais da cidade quando vai caminhando.
Andrei diz que muitas vezes se desloca a pé para o Centro
– É mais rápido (ir caminhando até o Centro) do que ficar procurando um lugar para estacionar.
Nesta segunda-feira, tanto Paulo quanto Andrei buscavam vagas durante a manhã entre as ruas Princesa Isabel e Mário Lobo. Enquanto Andrei teve sorte de consegui-la em frente ao local desejado, Paulo foi direto a um estacionamento.
O responsável pela garagem, Dalmiro Sebastian Coelho, conta que tem recebido elogios desde que o pátio com capacidade para 65 veículos foi aberto, em novembro do ano passado, já que é muito difícil encontrar vaga na rua.
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– Quem estaciona aqui é, principalmente, o motorista que pararia na Zona Azul, para ficar entre 20 e 40 minutos – afirma.
Com um estacionamento na rua Princesa Isabel há nove anos, Samuel de Borba recorda que, quando o rotativo foi desativado, o movimento aumentou muito e só caiu por causa da crise econômica, que desaqueceu o comércio. Mesmo assim, é comum que as 50 vagas estejam preenchidas.
– A necessidade é maior em horário de banco e, principalmente, entre as 15 e as 16 horas – diz.
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Audiência vai discutir o sistema rotativo
A Prefeitura de Joinville informou, por meio de nota, que a previsão é implantar o novo sistema de estacionamento rotativo até o fim deste ano. Segundo o Executivo, está prevista a realização de uma audiência pública sobre o sistema, mas a data não foi definida. A licitação da concessão do serviço será lançada depois da audiência.
O texto original do projeto apresentado no ano passado às comissões técnicas da Câmara de Vereadores oferece 4.242 vagas na região central, com 75% de ocupação para automóveis e o restante para motocicletas. A ideia é que o sistema seja totalmente automatizado, com uso de parquímetros.
Os valores também estão em aberto para serem definidos na licitação. O projeto para a retomada do estacionamento rotativo em Joinville chegou à Câmara em setembro de 2015 e foi aprovado via convocação extraordinária em janeiro de 2016, sendo sancionado pelo prefeito Udo Döhler no dia seguinte.
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No entanto, uma nova norma do Tribunal de Contas do Estado (TCE) freou a abertura de concorrência para uma nova concessionária porque ela prevê novas regras para concessão de serviços públicos a empresas privadas.