Um trecho de 3,75 km da rua Dona Francisca, entre a Rótula do Tecelão, em frente à indústria Döhler, até pouco antes da Estrada da Ilha, é o que mais concentra acidentes de trânsito com lesões corporais na zona Norte de Joinville, segundo números do 8º Batalhão da Polícia Militar.

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O dado, apresentado na quinta-feira em reunião do grupo Gestão Compartilhada Norte da Associação Empresarial de Joinville (Acij), é um motivo a mais para empresários reivindicarem a duplicação e a melhoria das condições de tráfego da via, uma das mais longas de Joinville e principal acesso à Zona Industrial Norte da cidade.

Por meio de reuniões quinzenais, o grupo quer juntar dados que reforcem a importância da duplicação. O coordenador do grupo e diretor do condomínio industrial Perini Business Park, Jonas Tilp, diz que o objetivo é reunir informações que deem força à campanha pela duplicação. Na reunião, foi lembrado que há possibilidade dos gastos gerados com acidentes e mortes na via e o próprio gargalo econômico custarem mais caro aos governos do que a própria duplicação.

O tenente Ruy Teixeira Júnior, responsável pelo Pelotão de Trânsito do 8º Batalhão da PM de Joinville, que apresentou os dados, diz que a Dona Francisca une tanto problemas de engenharia, como a Rótula do Tecelão, quanto a pavimentação bastante deteriorada, o que colabora com acidentes.

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Presente à reunião, o diretor técnico do Ittran, Ruben Neermann, lembrou que a rótula foi pensada por engenheiros rodoviários no passado e que a via requer que haja um movimento em favor da duplicação, pelo crescente tráfego de caminhões e cargas em direção às empresas instaladas na Zona Industrial Norte.

A próxima reunião do Gestão Compartilhada Norte deve reunir representantes do Ittran para falar sobre o assunto.

– Queremos retomar a mobilização e tentar colocar um ponto de partida para que a duplicação e a melhoria da Dona Francisca ocorram. Quem circula na Zona Industrial sabe dos perigos e dos acidentes presenciados na via -, afirma Jonas.

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Cobrança retomada em 2009

Cobrança de longa data, a duplicação da rua Dona Francisca começou a ganhar contornos mais precisos a partir de 2009, quando o Instituto de Planejamento (Ippuj) apresentou a empresários e representantes da zona Norte um projeto para a obra.

O projeto previa faixas de rolagens de dez metros de largura em uma extensão de seis quilômetros. O valor estimado, na época, era de cerca de R$ 25,6 milhões. Havia emenda parlamentar de R$ 20 milhões para as obras, que acabou perdida.

O entrave, porém, ficava por conta das desapropriações de terrenos, uma das maiores pedras no sapato da administração municipal nos últimos anos, já que é custo que cabe ao município e que a Prefeitura alegar não ter como pagar.

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Em junho do ano passado, ao anunciar lançamento de edital para a duplicação da Santos Dumont, o governador Raimundo Colombo (PSD) disse que a duplicação da Dona Francisca ficaria para um segundo momento. Em setembro, portaria municipal determinou revisão do projeto e contratação de empresa para ajudar nesta etapa.

Licença da Santos Dumont deve sair na segunda

A duplicação da avenida Santos Dumont serve de parâmetro para outras obras do tipo. Na quinta-feira, o secretário de Estado de Infraestrutura, Valdir Cobalchini, esteve mais uma vez em Joinville para ver o que falta para a liberação da licença ambiental de instalação (LAI), em elaboração na Fundema.

Segundo o órgão ambiental, há necessidade de as concessionárias de luz, água, gás e outros serviços assinarem termos declarando-se cientes de que a obra irá interferir em fiações, tubos e dutos e que os custos da transposição ficarão a cargo delas. O requisito é condicionante para a liberação da licença. O documento deve ser entregue na segunda.

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Reivindicada há tempos, a duplicação da Santos Dumont voltou a ser cobrada a partir de 2011 por moradores da zona Norte após a Prefeitura apresentar planos de implantar binário na via. Em junho passado, o governador garantiu que o Estado faria a obra.

A ordem de serviço foi entregue em janeiro à Infrasul, empreiteira licitada. A falta da LAI impediu o início das obras, ao menos no trecho perto do aeroporto, onde a maioria das desapropriações já foi feita. A obra vai custar R$ 75 milhões com dois elevados. O contrato para conclusão é de um ano. No trecho da rua Tuiuti até o aeroporto, a previsão é de que as obras comecem na quarta-feira, dia 14.