Olga Alves nunca teve muita dificuldade para sair de casa. Ao menos até a semana passada. Ela mora na Rua Germano Kruger e, para ir ao ponto de ônibus ou ao posto de saúde, bastava atravessar a ponte pênsil ao lado da residência e, alguns metros depois, já estava na Rua Franz Mueller.

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Agora, para chegar ao mesmo destino, tem que caminhar cerca de um quilômetro por causa da remoção da ponte pênsil que liga as duas ruas. Aos 80 anos, admite que não tem mais condições de enfrentar o trajeto debaixo do sol forte:

– Está ruim para nós.

A retirada da ponte afeta os trabalhadores que precisam pegar o ônibus na Franz Mueller, principalmente porque muitos deles saem de casa ainda de madrugada. As crianças que estudam na Escola Básica Conselheiro Mafra e no Caic Dr. Arão Rebelo também estão sendo prejudicadas. A rotina dos moradores mudou: agora eles têm de sair mais cedo por causa do trajeto maior.

– Estou presa aqui em casa. A gente pensou que já iam fazer outra ponte logo em seguida, mas nesta sexta já vai dar uma semana. Está todo mundo reclamando – conta Olga.

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Moradores relatam que os cabos de aço estavam se deteriorando. Além disso, motociclistas transitavam pela ponte, apesar da proibição. Até quem vai à feira na Franz Mueller, além de enfrentar trajeto maior, está indo mais cedo para pelo menos evitar o sol forte. Mas alguns foram pegos de surpreso.

– Cheguei sábado e não tinha mais ponte – conta Janice Goularte.

::: E agora?

Segundo o engenheiro civil da Secretaria de Serviços Urbanos, Luiz Fernando Procópio Gomes, a ponte apresentava danos nas partes em aço e concreto e com isso oferecia riscos aos usuários. Levantou-se a possibilidade de interditá-la, mas a determinação poderia ser descumprida por alguns pedestres.

Agora está sendo avaliado qual o melhor material para construir uma nova passarela, se em aço ou concreto. Por enquanto não há data definida de quando a obra sairá do papel.