Embora empolguem o setor da construção civil de Balneário Camboriú, os espigões – prédios mais altos do Brasil – podem estar com os dias contados. O novo Plano Diretor começa a ser discutido no município e as restrições às construções, que atualmente se limitam ao número de apartamentos ou taxa de ocupação do terreno, estarão na pauta, assim como os possíveis impactos.

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Por conta dos altos prédios, a praia ganhou fama de ter horário marcado para se tomar sol. Para o arquiteto urbanista Jacques Suchodolski esses impactos já são visíveis. Ele defende que os gigantes impõem concentração de tráfego, impedem a insolação de grande área em seu entorno e causam impacto nas correntes de ar. Além disso, acabam alterando a paisagem natural da cidade.

– Esses impactos podem ser mitigados através de um bom planejamento urbano, mas não é o caso de Balneário. Não existe justificativa urbanística para que haja edifícios tão altos numa cidade tão pequena e próxima ao mar, existem justificativas mercadológicas – afirma.

Para Ricardo Fonseca, presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura em Santa Catarina (AsBEA/SC), a verticalização é uma solução para sociedades modernas, porque facilita a mobilidade e diminui o custo da infraestrutura.

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– É preciso adensar, e a maneira mais inteligente de fazer isso é verticalizando – diz.

Fonseca destaca que é fundamental analisar o tamanho dos terrenos para os grandes prédios, para que haja afastamento em relação aos vizinhos, além de estabelecer estudos de impacto de vizinhança para saber a influência que essa nova edificação vai causar no entorno imediato.