As restrições impostas pelo governo para a importação de produtos desde a última segunda-feira já provocaram prejuízos ao setor de eletroeletrônicos.

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O presidente da Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee), Humberto Barbato, informou nesta quarta-feira que a produção da Nokia na zona franca de Manaus (AM) foi interrompida e que a qualquer momento as unidades da Motorola e da Flexitronics (que produz equipamentos para a Sony Ericson) em São Paulo também devem parar.

Barbato explicou que a produção do setor eletroeletrônico depende basicamente da importação de componentes e que, devido ao alto custo e à grande concorrência, as empresas não fazem estoques.

– O estoque aliado aos juros altos praticados no Brasil provocam um custo mais elevado para as montadoras do setor e desta forma o empresário não consegue trabalhar, pois a faixa de lucro fica muito pequena – acrescentou Barbato, que integra a delegação de empresários brasileiros em visita à ao norte da África, em busca de aumentar as relações comerciais.

Também em visita aos países africanos, o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, disse ontem que a decisão foi tomada para ajustar as estatísticas de comércio exterior e que, tão logo o trabalho esteja concluído, as medidas serão revogadas.

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– Não há motivo para histeria – afirmou o ministro.

A exigência de licença prévia para importação atinge 17 setores que representam 60% das importações brasileiras.

Para Barbato, a decisão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior pode arranhar a imagem do país diante de investidores internacionais:

– São medidas casuísticas que o governo não deveria adotar sem avaliar caso a caso.

O presidente da Abinee disse, ainda, que o setor eletroeletrônico é o que tem o maior déficit na balança comercial e que por isso sentiu de imediato os efeitos da medida. Segundo o empresário, no entanto, ainda é cedo para avaliar os prejuízos.