Uma das propostas mais polêmicas da LOT para as empresas é aquela que trata da criação das áreas de uso tolerável, aplicáveis aos locais onde, hoje, há empreendimentos que operam com o direito adquirido de uso.
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Estas empresas não poderão realizar qualquer tipo de expansão. Em geral, são regiões onde se vê indústrias de longa data próximas a residências ou estabelecimentos comerciais. Como a cidade cresceu, o espaço ficou apertado para todos.
Casos como a têxtil Lepper ou a fabricante de embalagens metálicas Meister são emblemáticos, mas não são os únicos. Micro e pequenas empresas instaladas há décadas também operam legalmente em vários pontos do município porque têm direito adquirido, mas não têm condições de expandir. Em algum momento, no passado, a convivência foi permitida. Só que hoje não há como cada um continuar a se desenvolver estando juntos.
De acordo com o Ippuj, a proposta aprovada no Conselho da Cidade é inflexível quanto ao crescimento desses empreendimentos, que têm o direito adquirido de ocupação. A proposta do uso tolerável só permite obras de melhorias ligadas à segurança e para reduzir cada vez mais o impacto da atividade.
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O Ippuj admite que o impacto de uma eventual reforma ou ampliação de uma empresa sobre a comunidade varia muito conforme o tipo de indústria e da região onde ela está inserida. A tendência é de que a nova lei condicione a expansão dessas empresas ao estudo de impacto da vizinhança. O gerente do Ippuj, Murilo Teixeira, diz que esse estudo pode equilibrar o texto da lei à realidade, refletindo mais fielmente como a comunidade será impactada por cada mudança.
Pressa
A empresa JSR Galvanização, do empresário Jaime Raitz, é um exemplo típico. Raitz apressa-se para realizar a reforma da fábrica antes da aprovação da LOT. Ele sabe que, depois, não poderá mais ampliar o negócio de galvanização de vergalhões de aço, localizado na Estrada da Ilha.
Dono de uma empresa de médio porte, Raitz diz que é apenas um entre muitos empreendedores que podem se enquadrar no uso tolerável, que congela o tamanho das instalações após a LOT.
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A empresa JSR começou bem pequena e, na década de 1980, foi para a Estrada da Ilha, em local que permitia a instalação de indústrias. Em 1996, Raitz diz que o zoneamento mudou para rural e, agora, seus 30 mil m² estão ocupados. O empresário quer construir dentro de seu terreno, mas a nova lei não permite.
_ Se o empresário não puder ampliar, vai agonizar até morrer. No meu ramo, se eu parar, outras empresas também vão fechar as portas porque é uma cadeia. Hoje, muitas empresas acabam saindo de Joinville e se instalando em Araquari porque não conseguem expandir aqui _ afirma.