Meio-dia, hora do almoço. Neste horário, a cena mais comum é de pessoas preparando o prato para o momento sagrado. Mas o que tem chamado a atenção neste restaurante não é apenas o atendimento, e sim um aviso que está do lado de fora, na calçada, e diz: “marmita grátis. Solicite no balcão se precisar”.
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A ideia partiu do dono que quer evitar o desperdício de alimentos no fim de semana quando o restaurante fica fechado.
– Como eu encerro o expediente na sexta-feira, eu voltava na segunda. Essa comida ficava armazenada, mas para segunda-feira ela não era boa, fresca, e tínhamos que jogar tudo fora. Aí eu comecei a ver que poderia ser diferente – diz Leandro Waismann Cândido, proprietário do restaurante, em entrevista à NSC TV.
O que era diferente virou regra. Toda a sexta-feira pela tarde ele prepara 30 marmitas e distribui. Leandro deixa claro: o foco não é só atender moradores de rua.
– Veio um vigilante de uma empresa próximo, um funcionário de outra lavação e aí começou a vir esse pessoal. Veio até um motorista de aplicativo para retirar a marmita. Eles começaram a frequentar aqui às sextas-feiras. Eles vêm, retiram e levam a marmita para eles – completa o proprietário.
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Quem passa em frente ao restaurante fica encantado com a iniciativa.
– Muita gente não tem dinheiro para comprar um marmita – destaca Jorge Monteiro, industriário aposentado.
Para Aguinaldo José Dias que está desempregado, só há motivos para agradecer.
– A gente já tem uma situação meio drástica e uma alimentação assim gratuita, pra gente, é uma benção de Deus – ressalta.
O restaurante vende cerca de 30 marmitas por dia. Cada uma custa, em média, dez reais. Para os quatro funcionário é mais que um prazer poder ajudar alguém.
– A gente não joga alimento fora, a gente não desperdiça. É uma maravilha saber que meu patrão contribui com isso – afirma Luciana de Oliveira Brandes, auxiliar de coxinha.
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Para Leandro, esse projeto deveria ser experimentado por outros restaurantes da cidade, já que ajudar a alguém que passa fome de graça, não tem preço que pague. Quem sabe, essa não é uma oportunidade de acabar com o desperdício de comida no mundo.
– Se isso se expandir, se o pessoal abraçar, em vez de jogar fora e fazer isso, seria incrível – conclui Leandro.