Em dezembro, os cachorros Belinha, Chorinho e Totó não serão mais os únicos moradores da Casa Fleith, na Estrada do Pico, em Pirabeiraba. É quando o proprietário, seu Osni Fleith, e a família poderão voltar para o imóvel tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) depois de 20 anos de espera pela restauração.
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A finalização da recuperação da construção enxaimel, financiada pelo Iphan, estava prevista para outubro, mas precisou ser estendida por mais dois meses. A demora, segundo o engenheiro civil Rafael Rigolan, responsável da construtora vencedora da licitação, é uma consequência de imprevistos durante as obras.
– Toda a estrutura em madeira estava mais comprometida do que imaginávamos – explica.
Uma série de recuperações extras precisaram ser incluídas no projeto de restauro com base em um novo levantamento de danos.
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– São detalhes que só podem ser vistos quando se começa a desmontar a estrutura – justifica o engenheiro civil.
O telhado que estava em péssimo estado quando as obras iniciaram – parte já havia ido abaixo – foi refeito. As telhas foram mantidas em estilo germânico. Como não há mais a fabricação do modelo, a empresa conseguiu comprar um lote de um morador das redondezas que recém havia desmanchado um antigo galpão.
As paredes também ganharam reforço, assim como o assoalho da cozinha danificado pela chuva. As madeiras podres, originalmente da espécie extinta Canela, foram substituídas por exemplares de Ipê e Itaúba.
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Os dois meses de acréscimo devem ser suficientes para a finalização do reboco das paredes interna, pintura e instalações elétrica e hidrossanitária. Dentro do projeto original da construção – estima-se, a partir da data encontrada em uma madeira da estrutura, que ela tenha sido inaugurada em 1913 -, apenas um banheiro foi adaptado no interior da residência.
Olho do dono
Seu Osni acompanha cada etapa da restauração desde o início das obras, em abril. O agricultor trabalha de segunda a sexta nas terras em torno no imóvel, onde planta aipim e batata-doce. A esposa Idenilda, que observa o esforço do marido em se deslocar diariamente para o sítio, não vê a hora de se mudar de vez para a residência.
– Eu sempre digo que não é uma casa de luxo, mas é uma casa boa, que vai ficar para as futuras gerações – afirma Idenilda.
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O edital de licitação foi aberto pelo Iphan em novembro de 2011. O valor total investido pelo órgão federal é de R$ 370 mil. A recuperação do imóvel é esperado desde 2006, quando o superintendente do Iphan na época, Dalmo Vieira Filho, prometeu o restauro imediato durante uma palestra em comemoração ao Dia Catarinense da Etnia Alemã.