A Assembleia Legislativa (Alesc) aprovou na tarde desta quarta-feira (20) um requerimento que pede o afastamento do secretário de Estado da Saúde, André Motta Ribeiro. A proposta foi aprovada com 26 votos favoráveis e três abstenções.
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O pedido partiu do deputado estadual Milton Hobus (PSD) sob a alegação de que o atual secretário de saúde teria recebido uma comunicação da empresa Exxomed, que possui o registro para importação de respiradores, informando que a empresa Veigamed não possuía autorização para fazer a compra dos equipamentos.
A comunicação ocorreu no dia 2 de abril, mesma data em que o Estado fez o pagamento antecipado de R$ 33 milhões à Veigamed, e no período em que Motta Ribeiro ainda era secretário-adjunto da Saúde de SC.
O governador Carlos Moisés não é obrigado a aceitar o requerimento que pede o afastamento do secretário de Saúde. Internamente, esses pedidos costumam ser vistos pelos deputados como um instrumento de pressão sobre o governo, para justificar a manutenção do secretário na gestão.
Essa é a terceira vez que a Alesc discute um requerimento pedindo afastamento do secretario durante a crise dos respiradores. No primeiro caso, em 29 de abril, a Alesc aprovou pedido pedindo a saída do então secretário de Saúde Helton Zeferino.
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Na ocasião, o governador não aceitou o pedido e disse que manteria o titular no cargo. No dia seguinte, no entanto, Zeferino entregou uma carta pedindo exoneração da pasta.
No lugar dele assumiu o então secretário-adjunto da Saúde, André Motta Ribeiro, agora também alvo de pedido de afastamento. Caso o governador aceite, o Estado teria o segundo secretário de Saúde retirado do posto em meio à pandemia do novo coronavírus – a exemplo do que ocorreu no governo nacional, onde, por motivos diferentes, os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich já deixaram o cargo desde o início dos casos de covid-19 no país.
A Alesc chegou a receber também um pedido de afastamento do ex-secretário da Casa Civil, Douglas Borba, investigado por suspeita de ter indicado a empresa escolhida pelo Estado para fornecer os respiradores. Borba, no entanto, pediu exoneração do governo no último dia 10 de maio.
"Momento não é de politizar", responde governador Moisés
Questionado sobre o pedido aprovado pelos deputados estaduais na coletiva desta quarta-feira em que atualizou os casos de covid-19 em SC, o governador Carlos Moisés pediu que "seja revisto esse tipo de posicionamento" e disse que o momento atual é "mais adequando para cuidarmos da epidemia e das pessoas". Moisés também elogiou o trabalho da Secretaria de Saúde, que classificou como fantástico.
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– O momento não é de politizar, é de repensar essas atitudes, que a gente tenha responsabilidade nos nossos atos para que a gente possa continuar colhendo os resultados que estamos tendo em SC – respondeu.