Saber conviver em harmonia e separar divergências em nome de uma causa maior é a grande lição que o presidente da Federação Catarinense de Futebol (FCF), Delfim Peixoto Filho, e o melhor árbitro do Catarinense 2001, Giuliano Bozzano, estão dando. Todos já sabem da rusga difícil de desatar que envolve o pai do Giuliano, Dalmo Bozzano, e o Delfim. Mas o garoto é, como se diz na gíria, “sangue bom”. Qualquer um percebe no Giuliano capacidade para chegar à Fifa. Tem os atributos técnicos herdados do pai, com a vantagem de se cuidar fisicamente de forma exemplar. E conta com a admiração e o empurrãozinho providencial que o Delfim deverá dar no futuroo. Na festa de entrega dos prêmios promovida pela RBS, terça-feira, o presidente da FCF deixou esta frase para guardarmos nos arquivos: “O Giuliano vai dar muito menos trabalho, este chegará lá, logo, logo.” Conjunto da obra O presidente do Joinville, Mauro Bartholi, é homem de posicionamentos fortes. Tem algumas idéias interessantes sobre o futebol que ainda não foram devidamente aprofundadas pela mídia. Tenho interesse em, o mais breve, ouvir mais detalhes sobre as ações deste dirigente à frente do JEC , ao que parece bastante ousadas, englobando a importante construção de um estádio. Ao conversar com Bartholi, se percebe um homem receoso, talvez calejado, em pouco tempo, pelo mundo do futebol e pelo sempre difícil relacionamento com setores da imprensa. Equações complexas abemos que as coisas não andam, e nunca vão andar, de forma linear. É da vida. Idas e vindas, até que se chegue a um denominador comum. Mas a impressão que fica em relação ao Avaí é que a diretoria está imersa em equações complexas para tentar viabilizar um time para a Série B, tamanho o desmanche promovido pelos equívocos da temporada anterior. Pega-se Ronaldinho de lá, tenta-se André Ceará de acolá, procura-se 10 jogadores por ali, conta-se com André, Maiquel, Fantick, Éder e Thiago por aqui, pensa-se em fulano e beltrano, ajeita-se o Alex, Reinaldo, Rinaldo meio assim, meio assado, enfim, cria-se um emaranhado nebuloso, lerdo. E perigoso. Ou é tudo tempestade em copo d?água? Motivação No primeiro ano de futebol profissional, o Clube Atlético Camponovense não está fazendo grandes investimentos, mas promete disputar de igual pra igual com os maiores clubes da Segunda Divisão. O elenco está praticamente completo e é formado, na maioria, por atletas da casa que estão sendo profissionalizados neste ano. O técnico do CAC é Calixto Résca (ex-Joaçaba em 1990 e 1995, quando o time chegou às semifinais da primeira divisão). A apresentação oficial do time à torcida acontece no final deste mês, no estádio Cid Pedroso, em amistoso a ser confirmado. O Estádio vai ser reinaugurado na mesma oportunidade. A escola de samba Águia Camponovense está organizando a torcida do Atlético para agitar na Segundona. O presidente do clube, empresário Luiz Carlos Sutil, e os demais membros da diretoria trabalham nos detalhes finais de patrocínio. Marrento Romário e Felipão. Duas personalidades fortes e contrastantes. Na segunda-feira, o baixinho ironizou a vinda de Ronaldinho para a concentração, fator que foi elogiado por Felipão. Na terça-feira, Romário avisou que não iria participar da marcação, um dos emblemas nos esquemas táticos de Luiz Felipe. Ontem, acordou emburrado. O motivo: é obrigado a acordar cedo pelo despertador Felipão. Não fosse quem é, e já tinha bailado. Mas como pode resolver a parada diante do Uruguai, o Felipão engole os estrelismos, já que de burro, o treinador não tem nada. Concessões Não defendo pessoas inflexíveis, incapazes de adaptar-se a situações. É uma qualidade dos grandes comandantes saber transigir na hora certa. Por exemplo: encarar o Ronaldinho na concentração da Granja Comary como um elemento motivacional, para ele Ronaldinho e para seus companheiros, e não como uma imposição de marketing e um privilégio é uma forma de jogo de cintura. Mas ao meu ver é algo daninho. Ontem, o Felipão ausentou-se da Granja para ir ao programa do Jô. Adapta-se o Felipão às necessidades da mídia e do cargo em detrimento da rigidez, que outrora era sua marca inabalável. Um pouco flexível demais para a importância do jogo contra o Uruguai e para o momento que atravessa a Seleção.
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