Classificada desde sua eleição para prefeito de Florianópolis como uma das principais preocupações de início de mandato de Cesar Souza Junior (PSD), a continuidade dos serviços da Zona Azul foi confirmada nesta segunda-feira com a prorrogação do termo de ajuste de conduta firmado entre a prefeitura e a Associação Florianopolitana de Voluntários (Aflov) até o final de julho de 2013, ao contrário dos 90 dias pedidos inicialmente.

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Em reunião no Ministério Público do Trabalho com integrantes da Aflov e da prefeitura, o coordenador da equipe de transição de Cesar, Gustavo Miroski, confirmou que a intenção do prefeito eleito é lançar uma nova concorrência pública para o sistema de cobrança de estacionamento rotativo no município.

– Pedimos um prazo de 90 dias e acabamos conseguindo mais prazo para podermos lançar um novo processo licitatório, que deverá ser realizado até o final de julho do ano que vem. Nossa maior preocupação era em saber se esse serviço continuaria sendo oferecido. Agora, com o termo prorrogado, podemos criar uma nova licitação seguindo as orientações do Ministério Público do Trabalho e do Tribunal de Contas – afirma.

Durante a reunião, ficou acertado ainda que a associação deverá desconsiderar o aviso prévio dado no final de novembro aos quase 150 funcionários contratados para atuar na Zona Azul e que todo o dinheiro arrecadado com o estacionamento rotativo será destinado ao pagamento de eventuais multas e despesas trabalhistas.

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Outra queixa dos trabalhadores, a necessidade de reposição de materiais como protetor solar, uniformes e até guarda-chuvas, virou exigência para a prorrogação do acordo.

O único serviço que não será renovado em 2013 será o uso dos aparelhos palmtop pelos funcionários. A empresa que fornecia os equipamentos, diz o coordenador da transição, ficava com mais de 20% dos valores arrecadados com as multas em Florianópolis.

– Não tínhamos conhecimento desse contrato, o próprio procurador do trabalho disse que o valor é muito alto – afirma.

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A reportagem tentou falar com o superintendente do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis, José Carlos Rauen, durante toda a tarde e a noite desta segunda-feira, mas Rauen não atendeu às ligações. Procurado para comentar o assunto, o procurador do município, Jaime de Souza, disse não ter participado do encontro e que somente o superintendente do Ipuf poderia comentar o caso.

Entenda o caso

A polêmica envolvendo a continuidade da Zona Azul na Capital começou em junho, quando o Tribunal de Contas do Estado (TCE) contestou a parceria entre o município e a entidade.

O tribunal entende que o convênio é irregular porque a associação nunca participou de qualquer licitação e não chegava a repassar, segundo o TCE, os 20% da arrecadação bruta para o Fundo Municipal de Assistência Social, como determina a lei.

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Na ocasião, o Ministério Público do Trabalho fez um termo de ajuste de conduta entre a prefeitura e a Aflov para que os serviços não fossem suspensos – e os funcionários dispensados -, mediante o comprometimento em realizar um novo processo licitatório para escolher quem administraria o serviço de cobrança de estacionamento rotativo em Florianópolis.

Conforme o acordo, a prorrogação do contrato se estenderia até 31 de dezembro de 2011. Com isso, o novo prefeito correria o risco de começar seu mandato sem a Zona Azul.