Os médicos brasileiros estão proibidos de indicar e receitar o uso de hormônios com o objetivo de retardar ou prevenir o processo de envelhecimento. A proibição foi determinada pela Resolução 1.999/2012, do Conselho Federal de Medicina (CFM), publicada nesta sexta-feira no Diário Oficial da União.
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A resolução permite a reposição hormonal apenas em casos de déficit comprovado dessas substâncias e desde que haja uma relação entre essa deficiência e a doença do paciente. O texto também veda a prescrição, para tratamento do antienvelhecimento, de vitaminas, antioxidantes, procaína, ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) e dos hormônios conhecidos como “bioidênticos”, entre outras substâncias.
A medida já havia sido publicada como recomendação em agosto passado. Com a resolução, que tem o apoio de entidades como a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), ganha força de lei. Os médicos que descumprirem as regras podem sofrer penalidades que vão da advertência à cassação do registro.
Uso de hormônios pode provocar doenças como câncer e diabetes
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A prescrição de hormônios tem sido uma prática comum para aumentar o nível hormonal e até a massa muscular de pacientes idosos. “A falta de evidências científicas de benefícios e os riscos e malefícios que trazem à saúde não permitem o uso de terapias hormonais com o objetivo de retardar, modular ou prevenir o processo de envelhecimento”, informa a resolução do CFM, que foi adotada após avaliação e revisão de estudos científicos.
– Não se pode vender uma ilusão. E uma ilusão que custa caro – justifica o médico Gerson Zafalon, membro do CFM e relator da resolução.
Em nota, a SBGG afirma que a proibição protegerá a população de danos à saúde como aumento da toxicidade, câncer, diabetes, hipertensão, distúrbios do sono e câncer.
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