O plano de US$ 14 bilhões para ajudar as montadoras de veículos General Motors (GM), Ford e Chrysler agoniza no Senado americano, em razão de resistências e das excessivas condições impostas pelos republicanos influentes para socorrer o setor. Na quarta, a Câmara de Representantes aprovou o resgate às fabricantes de veículo, com 237 votos a favor e 170 contra, mas o plano de ajuda enfrenta um futuro incerto no Senado.
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Fontes legislativas consultadas nesta quinta-feira disseram que, por enquanto, tanto democratas como republicanos continuam negociando, e que, por conta disso, não há data nem hora para a apreciação do projeto de lei. Devido ao impasse, o escritório do líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, não descarta que a votação se estenda até o fim de semana.
O principal responsável pelas dificuldades na aprovação do plano é o líder da minoria republicana, Mitch McConnell, que disse nesta quinta que votará contra o resgate. Como os democratas só têm 50 cadeiras no Senado, não conseguem frear as táticas dilatórias da minoria opositora, para o que precisaria de pelo menos 60 assentos.
Para justificar sua posição, McConnell usa o argumento de muitos republicanos: que o plano não oferece garantias para a viabilidade a longo prazo da GM, da Ford e da Chrysler. O maior “defeito” do plano, destacou o senador republicano, é que ele “promete dinheiro dos contribuintes em troca de reformas que podem ou não ocorrer amanhã”. O opositor acrescentou que, em vez de pedirem que a população “subsidie um fiasco”, os americanos merecem garantias de que seu investimento propiciará o surgimento de empresas “mais eficientes e mais sólidas, que não precisem de mais ajuda dos contribuintes daqui a poucas semanas ou meses”.
O consenso é que, sem o empréstimo, o colapso das companhias agravaria a crise econômica com a eliminação de milhões de empregos. A GM é a montadora que mais precisa da ajuda, enquanto a Ford disse que só usaria os recursos se sua situação se agravar. Apesar do cenário “catastrófico”, não há acordo sobre como reformar e promover a viabilidade da indústria automotiva, comprometida por uma enorme dívida, pelo congelamento do crédito, pela queda nas vendas e por uma população resistente a outro plano de resgate.
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McConnell acha que a proposta do senador republicano do Tennessee, Bob Corker, melhoraria muito o resgate às montadoras.
– Minha proposta é muito simples: disponibilizamos o dinheiro que as empresas pedem, mas, em troca, exigimos condições – disse Corker, em cujo Estado há uma fábrica da GM.
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