Dois dias depois de o exército argelino retomar a planta de gás de Tiguenturim, no sudeste do país, das mãos de terroristas que haviam feito cerca de 800 reféns, o primeiro-ministro da Argélia, Abdelmalek Sellal, confirmou a morte de pelo menos 67 pessoas.
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Estão incluídos nessa cifra, ainda provisória, 37 estrangeiros de oito nacionalidades, um argelino e 29 sequestradores, informou o governo. Apenas três sequestradores foram capturados. Cinco estrangeiros ainda estão desaparecidos. Sellal não informou a nacionalidade das vítimas. Os Estados Unidos confirmaram a morte de três de seus cidadãos. Também foram identificados sete japoneses, seis filipinos, três britânicos, dois romenos e um francês. Operada por um consórcio britânico-norueguês-argelino, a planta foi retomada pelo exército depois de um cerco de quatro dias.
O primeiro-ministro disse também que o líder do sequestro era canadense e que os rebeldes vieram do norte do Mali, onde grupos armados de oposição enfrentam o governo local. Segundo Sellal, entre os criminosos, havia elementos de outros cinco países: Egito, Mali, Níger, Mauritânia e Tunísia. O objetivo inicial da ação seria protestar contra a intervenção da França na guerra civil no Mali. Os sequestradores se identificaram como integrantes da Brigada Al-Mulathameen (Signatários com Sangue), liderado por Mokhtar Belmokhtar, contrabandista e ex-chefe da rede Al-Qaeda no Magreb Islâmico.
Relatos dos reféns indicam que os sequestradores tinham informações sobre o funcionamento interno da planta. De acordo com Riad, empregado da empresa japonesa de engenharia JGC, os invasores pareciam conhecer os procedimentos de trabalho e as seções das alas residenciais da petrolífera britânica British Petroleum e da própria JGC, até mesmo os números dos quartos dos estrangeiros.
– Eles tinham cúmplices na planta – disse Riad.
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Um dos trabalhadores filipinos da planta, Ruben Andrada, foi obrigado a prender explosivos ao corpo “como um colar” antes de ser empurrado para o interior do caminhão que parecia se dirigir à planta de gás quando foi atingido por fogo do exército argelino. Muitos veículos do comboio explodiram, e Andrada acredita que a razão de ter sobrevivido foi que os artefatos em seu veículo não detonaram. Ele permaneceu nos destroços com um ferimento à bala no ombro direito por duas horas.