Há anos a falta de efetivo e de vagas no sistema prisional dificulta o trabalho da polícia em Santa Catarina. Mas no fim de semana a vulnerabilidade na segurança pública estadual foi mais uma vez escancarada em uma ação criminosa. Aproveitando a ausência para jantar do único agente de plantão no sábado, bandidos resgataram dois presos da delegacia de Bombinhas e mobilizaram policiais de toda a região.

Continua depois da publicidade

Como resposta imediata os fugitivos são agora procurados pela polícia e uma sindicância interna será aberta para apurar a ocorrência. Sobre o quadro de funcionários, porém, sobram indefinições. A expectativa é de que um concurso público amenize o problema, mas ainda não há data para que ele aconteça.

– Temos equipamentos bons, temos armas, mas a principal dificuldade é a falta de material humano, que é o mais caro para o governo, em todo o país – destaca o delegado Gilberto Cervi, da Comarca de Porto Belo, que atende Bombinhas.

A situação extrema em Bombinhas obrigou o delegado a suspender temporariamente a atuação do setor de investigação, para que os agentes pudessem entrar nas escalas de plantão. Embora considere a medida um retrocesso, ele afirma que essa foi a única alternativa para melhorar o atendimento.

Continua depois da publicidade

– Reforcei o plantão pela necessidade de proteção, até da integridade dos meus agentes. Isso acontece pela fragilidade da segurança pública, e o governo não nos dá condições – critica Cervi.

Concurso

O diretor de Polícia do Litoral, Artur Nitz, aguardava para segunda-feira à noite ou terça de manhã um relatório sobre a ocorrência, enviado pela Delegacia Regional de Balneário Camboriú, que abrange Bombinhas. Com o documento em mãos deve-se averiguar possíveis ações da diretoria, mas Nitz ressalta que a investigação fica por conta da própria delegacia da Comarca de Porto Belo.

Sobre o efetivo, o diretor reconhece que a situação é delicada em todo o Estado e que existem locais ainda mais problemáticos, como Bombinhas. Para mudar esse cenário ele aponta apenas um concurso público da Polícia Civil como alternativa.

Continua depois da publicidade

– Nunca conseguimos atingir esse número, mas o previsto em lei é em torno de 5,9 mil funcionários na Polícia Civil. Hoje estamos trabalhando com um quadro de 3.196 pessoas entre delegados, escrivães, agentes e psicólogos – pontua.

A dificuldade aumenta porque a defasagem é histórica, e apenas um concurso não é suficiente para suprir as demandas. Além disso, um procedimento desse tipo é caro e demora a ser autorizado pelo grupo gestor do governo do Estado (o mais recente ocorreu em 2010).

Tratativas para um concurso já existem, e a tendência é que ele aconteça ainda em 2013 para que os aprovados comecem a trabalhar no ano que vem. Devem ser abertas 340 vagas para agentes e 66 para delegados.

Continua depois da publicidade