A homologação das rescisões da Peccin Agro Industrial, agendada para segunda-feira, foi remarcada por causa da demora na elaboração dos papéis. Os 177 funcionários devem começar a assinar a documentação na tarde desta quinta-feira no Sindicato dos Trabalhadores de Alimentação de Jaraguá do Sul (STIAJS). A empresa é investigada na Operação Carne Fraca, deflagrada pela Polícia Federal (PF) em 17 de março.

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Para Valcir Braga Rodrigues, presidente do STIAJS, as demissões tiveram atraso porque algumas rescisões não ficaram prontas. Como a quantidade de pessoas demitidas é grande – colaboradores da matriz, em Curitiba, também ganharão a conta –, foi necessário um prazo maior para a preparação. A medida foi a melhor alternativa encontrada por trabalhadores do administrativo da empesa para garantir o retorno financeiro aos colaboradores, já que as contas da empresa estão bloqueadas e os funcionários não estão recebendo os salários.

Por causa dessa situação, o presidente do STIAJS informou que a Peccin não conseguirá arcar com todas as verbas rescisórias – saldo de dias trabalhados, férias proporcionais e 13º salário proporcional, FGTS mais multa de 40%. Porém, espera-se que com a demissão os funcionários consigam retirar, pelo menos, o seguro-desemprego. Ele também salienta que o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de alguns funcionários não foi depositado desde outubro do ano passado.

No quadro de funcionários da empresa há seis grávidas e dois membros da Cipa. De acordo com o marido de uma das mulheres, que não quis se identificar, a empresa ainda não pronunciou se irá demitir estes colaboradores.

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– Por enquanto, as grávidas e os cipeiros estão a ver navios, não têm nenhuma definição se continuarão empregados. Essas pessoas estão desesperadas porque não sabem se vão receber algum valor – comentou.

Segundo o supervisor de planejamento da empresa, Jonatas Martins da Silva, a Peccin ainda aguarda a análise dos advogados responsáveis para definir o futuro das gestantes e dos membros da Cipa. Quanto ao pagamento dos valores rescisórios, ainda não há pronunciamento oficial por parte da empresa.

A previsão do STIAJS é de que a homologação acabe na terça-feira, dia 11. O presidente do sindicato observou que serão feitas ressalvas escritas em todas as demissões, informando sobre a situação da falta de pagamento aos colaboradores.

– Nós já estamos formulando um processo trabalhista que contribua com a situação de todos os funcionários, mas isso ainda está em análise jurídica – completou.

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Laudo da auditoria ainda deve demorar As amostras coletadas em março, durante a auditoria feita na Peccin Agro Industrial, ainda estão em análise. O prazo inicial para a conclusão era de 20 dias. De acordo com Jacir Massi, superintendente federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o laudo pode demorar mais dias para ficar pronto.

– Foram algumas centenas de amostras recolhidas em vários estabelecimentos. Como essas análises estavam fora do cronograma dos laboratórios, isso extrapola a capacidade de exame – afirmou.

As amostras da Peccin foram encaminhadas ao Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O superintendente do Mapa em SC observa que o exame é detalhado e precisa ser feito com margem de segurança. A expectativa é de que o resultado seja anunciado nas próximas semanas.