Planejamento, apoio, investimento… É só o começo da lista de expressões repetidas à exaustão quando se discute o que falta para o esporte nacional deslanchar como potência olímpica. A mesma preocupação é compartilhada no cenário catarinense.

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Veja o balanço final dos representantes de SC no Pan de Toronto

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Após ajudar a delegação brasileira a garantir a terceira colocação no quadro de medalhas nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, os representantes de Santa Catarina passam por um momento de reflexão. Sobre o desempenho no Pan e a perspectiva de evolução para a Olimpíada no Rio de Janeiro, no ano que vem.

Em Toronto, o Brasil ficou ficou com 41 ouros, 40 pratas e 60 bronzes, à frente dos Estados Unidos e do Canadá no quadro geral. Igualou o total que havia alcançado na edição de 2011, em Guadalajara, no México. Porém, com sete ouros a menos. Entre atletas que nasceram ou adotaram o Estado para treinar e competir, foram mais de 30 nomes, homenageados na Assembleia Legislativa na quinta-feira. Alguns dos que estiveram presentes opinaram sobre a presente e futuro do nosso esporte olímpico.

Motivação para os Jogos Olímpicos

Mesmo que o país não tenha superado a marca anterior no Pan, os atletas evitam fazer algum tipo de julgamento. Preferem ressaltar o crescimento de esportes menos conhecidos do público até pouco tempo. Em relação à Olimpíada do Rio, eles se dividem entre otimismo e cautela quando se trata de prever um desempenho mais competitivo.

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– Para os Jogos Olímpicos, acredito que haja mais medalhas do que na outra vez. A competição sendo no Brasil, teremos atletas mais motivados. Mas estamos abaixo do nível internacional em muitos pontos. Precisa investir melhor, pensar a longo prazo – resume o carateca Douglas Brose, 29 anos, medalha de ouro no Pan de Toronto e bicampeão mundial.

O começo para que o país ganhe em competitividade, segundo Brose, é massificar esportes nem tão famosos hoje. Ele considera que a fórmula para descobrir novos talentos é dar oportunidade a novos praticantes.

– Acredito na seleção natural para o surgimento de novos nomes. Tendo muitos praticantes em muitas modalidades, o próximo passo é especializar essas pessoas – conclui o carateca, que cobra maior aporte financeiro da iniciativa privada para ajudar no desenvolvimento de outros esportes.

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Valéria Kumizaki, 30, também trouxe o ouro no caratê do Pan. Uma das atletas mais experientes que levaram SC ao Pan, ela reforça a necessidade de investir em projetos esportivos, mesmo depois da Olimpíada. O incentivo por meio de bolsas e fundos com verba pública e privada são alguns pontos que Valéria considera necessários.

Outros competidores fazem coro a favor da profissionalização das modalidades.

– A infraestrutura está crescendo no Estado, mas tem de melhorar. Há federações de esportes perdidas sobre onde captar recursos e outros detalhes que fazem a diferença. É preciso assessorar melhor, profissionalizar as entidades – afirma Luis Felipe Reus, 29, meio-campo da seleção brasileira de hóquei sobre grama, que conquistou, pelo Pan, o direito de disputar uma Olimpíada pela primeira vez.

A reflexão é necessária. O tempo é curto até a Olimpíada, mas os atletas apostam sem medo na delegação brasileira. Mesmo que haja muito a fazer.

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