Um mapeamento feito pela Polícia Militar, no ano passado, levantou mais de 170 pontos de venda de drogas em imóveis onde foram registradas ocorrências relacionadas ao tráfico em Joinville. Só os bairros Vila Nova e Comasa somam 30 pontos identificados. Mas um olhar atento revela que a droga, principalmente o crack, pode ter refúgio sob qualquer teto, e ter qualquer um como vizinho, sem contar para estatísticas. É o que as lentes do repórter-fotográfico Rodrigo Philipps registraram ao longo de três semanas.
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O cenário das imagens é um imóvel desocupado na rua Inácio Bastos, em frente à Arena Joinville, no bairro Bucarein. Faz aproximadamente dois meses que o lugar ficou vazio, passando a servir de abrigo para andarilhos e usuários de drogas. Nos fundos da casa, que teve janelas quebradas e porta arrombada, fuma-se crack com a naturalidade de quem acende um cigarro na rua. Ali, latinhas são usadas como cachimbo, o cheiro é de lixo e plástico queimado.
A movimentação é constante, principalmente à noite. A pedra também é pivô de brigas, como mostra a sequência de fotografias feitas ainda à luz do dia, à esquerda. Por motivo incerto, um dos três rapazes se revolta, atira uma pedra e, depois, um bloco de concreto contra uma moça. Mas erra o alvo. Em seguida, o agressor deixa o local na companhia dos outros homens. O flagrante aconteceu há cerca de duas semanas. Alguns dias depois, a polícia esteve no local para apurar o assalto em uma padaria da região. Talvez pela vigilância mais atenta, o movimento nos arredores da casa reduziu.
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O comando da PM defende que, apesar de o mapeamento indicar uma centena de pontos de tráfico, Joinville não tem cracolândia – termo que define áreas públicas que reúnem dezenas de usuários. A maioria das apreensões ocorre em casas (veja quadro ao lado). Para identificar uma boca, a polícia depende de denúncias. A partir de uma, a ideia é que policiais à paisana monitorem o ambiente para buscar informações.
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