A repórter Ângela Bastos esteve nesta segunda-feira (06) batendo um papo com estudantes do curso de Jornalismo da Estácio de Sá. A jornalista foi convidada para contar um pouco de sua experiência na aula de “Técnicas de Reportagem”, ministrada pelo professor Billy Culleton. O encontro foi no Laboratório 6, no 3º andar.
Continua depois da publicidade
A conversa durou uma hora e meia. O objetivo era compartilhar com os alunos da 5ª fase a experiência sobre grandes reportagens, com foco no planejamento, fontes e principalmente na apuração.
Para ilustrar, Ângela levou a reportagem Os Desapartados, publicada em 2011, na versão multimídia. Foram apresentados áudios de programas na Rádio CBN e nos programas Estúdio SC e Jornal do Almoço, da RBS TV. A repórter também mostrou os três cadernos publicados no Diário Catarinense, nos quais escreve sobre a vida dos migrantes nordestinos que vivem em Santa Catarina.
Depois de verem as reportagens e saberem detalhes sobre como surgiu a matéria, os alunos fizeram várias perguntas sobre o trabalho da repórter. Temas como infância, direitos humanos, violências e até Carnaval estiveram em pauta. Questionamentos sobre preferências de mídias, construção da pauta, relação com as fontes foram os principais.
Uma aluna quis saber como a repórter deu um título tão delicado (Flor de Pessegueiro) para um tema tão duro que é a violência sexual contra crianças. Outro questionou se depois de tantos anos escrevendo em jornal (mas tendo produzido matérias para rádio e TV) a repórter mantinha o gosto pelas letras. Uma estudante perguntou se em algum momento a jornalista se arrependeu de ter publicado algo caso a fonte tenha pedido para não publicar. Houve também quem tenha perguntado sobre o papel do repórter em convencer o editor sobre determinadas matérias.
Continua depois da publicidade
– O repóter é o pai a e mãe da reportagem. Se o conteúdo é interessante e está bem apurado, não acredito que um editor vá se negar a publicar.
Para a jornalista, essa aproximação entre profissionais e estudantes é importante:
– A gente se reenergiza e os estudantes têm a oportunidade de conhecer um pouco do nosso dia a dia.
O professor Culleton destacou que entre as características da repórter, de quem foi companheiro de trabalho no DC, está a capacidade de colocar sentimentos no que faz:
– Esssa humanização na reportagem é muito importante, torna-se um diferencial em meio a tudo o que se está produzindo hoje.
Continua depois da publicidade