O repórter da rádio CBN Diário, Janniter de Cordes, foi agredido por um torcedor na tarde desta quarta-feira (5), após um treino do Avaí, em Florianópolis, dentro do Centro de Treinamento do clube.
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Janniter conta que tinha acabado de entrar ao vivo na CBN, quando o torcedor começou a xingá-lo. O jornalista estava estava dentro da área do CT, que é cercado por grades, e o torcedor estava do outro lado desse alambrado. Por usar um fone de ouvido e estar de costas para a grade, ele não percebeu as ofensas, até que sentiu uma pequena pedra atingi-lo nas costas.
A área onde o torcedor estava é uma via de terra que separa o estádio do CT.
— Eu virei e perguntei por que ele estava me xingando. Ele disse que era por causa do jogo do Ceará — diz o jornalista.
Depois de ouvir as reclamações, que incluíam ameaças contra a integridade física de Janniter, o torcedor desferiu um tapa, que atingiu a região do olho do jornalista.
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Depois da agressão, alguns membros da diretoria do Avaí procuraram Janniter. Na conversa, eles repudiaram as agressões e disseram que o clube seria solidário ao jornalista.
Partida contra o Ceará
Janniter acredita que a situação que culminou na agressão aconteceu ao final da partida, que aconteceu no dia 28 de maio, e terminou com a vitória do Ceará. Ele lembra que, naquela ocasião, o mesmo torcedor o ofendeu, dizendo que ele estaria rindo da torcida, o que o repórter nega.
Apesar das ameaças, Janniter continuou trabalhando normalmente e não teve problemas na saída daquele jogo. Da mesma forma, voltou a frequentar os treinos do clube, para acompanhar os treinamentos.
Próximos passos
Orientado pelo departamento jurídico da NSC Comunicação, o jornalista foi à Polícia Civil e registrou um boletim de ocorrência. Ele também deverá passar por exames de corpo de delito para auxiliar nas investigações.
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Contraponto
A assessoria de imprensa do Avaí foi procurada mas preferiu não manifestar um posicionamento oficial sobre o caso.
NSC repudia violência
Em nota, a NSC Comunicação repudiou o ato de violência sofrido pelo repórter, durante o trabalho. Veja abaixo o posicionamento da empresa:
"O jornalista Janniter De Cordes, da NSC, foi agredido, na tarde desta quarta-feira, por um torcedor dentro do centro de treinamento do Avaí, quando fazia cobertura jornalística para a Rádio CBN. Ele foi ofendido e fisicamente atacado pelo agressor. A NSC repudia qualquer ato de violência e lamenta, em especial, qualquer tentativa de intimidação ao trabalho jornalístico que ocorre para levar informação a todos os públicos. A empresa é solidária ao jornalista e prestará todo apoio a ele".
Entidades se manifestam
Em nota, a Associação Catarinense de Imprensa prestou solidariedade ao repórter Janniter de Cordes. A entidade afirma que ele exercia legitimamente o ofício.
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Veja a íntegra:
"É com profunda tristeza que a Associação Catarinense de Imprensa (ACI) – Casa do Jornalista repudia mais uma agressão a um jornalista – desta vez ao repórter da CBN Diário, Janniter de Cordes – que legitimamente exercia seu ofício.
Lamentavelmente, ainda há quem não consiga compreender a natureza do jornalismo e o fato de que a profissão requer liberdade para relatar os fatos, ainda que todos tenham direito a ter sua própria interpretação dos acontecimentos.
Mais triste ainda é que tudo ocorra no ambiente esportivo, dentro do qual se espera que imperem solidariedade e espírito colaborativo."
A Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert) também se manifestou. Em nota, a entidade disse que repudia o ato e prestou solidariedade ao profissional.
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Veja a íntegra:
Sobre a agressão física sofrida pelo jornalista Janniter De Cordes, da NSC, na tarde desta quarta-feira (05) por um torcedor dentro do Centro de Treinamento do Avaí, em Florianópolis, a Associação Catarinense de Emissoras de Rádio e Televisão (Acaert) manifesta o seguinte:
1 – Repudia veemente toda e qualquer agressão moral e/ou física sofrida por representantes da imprensa durante seu exercício profissional.
2 – Solidariedade ao jornalista Janniter De Corde, da NSC, que foi covardemente agredido durante cobertura jornalística.
3 – Defesa incondicional da liberdade de imprensa e de expressão, pilar da democracia brasileira.
4 – Lamenta a falta de respeito à opinião e ao trabalho da imprensa catarinense por parte de pessoas desinformadas. Fato agravado pela intolerância propagada nas mídias sociais.
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