Vamos cancelar o uso do replay em jogos do Brasil. Não há necessidade alguma. Em jogos do Brasil os lances ficam mais claros, mais fáceis de se analisar e mais tranquilos de serem comentados. Todos os lances obedecem o seguinte critério incontestável: marcação contra o Brasil é injustiça, a favor do Brasil é lance correto. O uso do replay é uma desnecessidade, já que em alguns casos o replay inclusive contradiz o critério, e o critério não pode ser contradito. Portanto, vamos cancelar o uso de replay em jogos do Brasil.

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Podemos, é claro, considerar o critério amplo o suficiente para, inclusive, receber de boa vontade erros do juíz desde que beneficiem a seleção brasileira. Por exemplo, se um juíz nos ajuda contra a Croácia marcando um pênalti a nosso favor, é com humildade que reconhecemos o erro e aceitamos a marcação do pobre juíz. Não há necessidade de replay. Se, por ventura, é o jogador brasileiro que comete pênalti claro, esperamos a boa vontade e a má colocação do juíz, uma obra do acaso divino, já que Deus é brasileiro (mesmo que o Papa seja argentino). Não há necessidade de replay porque este pode, inclusive, contradizer Deus. Isso seria heresia.

Dou um outro exemplo hipotético: David Luiz fazendo um pênalti claro em um chileno e o comentarista da tv grita rápido: “Não foi nada!”. Não precisa de replay aqui. Se em menos de dois minutos acontece um lance parecido na área do Chile, e antes que se possa soletrar “será?” o comentarista grita: “Pênalti claro!”, este é um comentarista que respeita o critério. Este é um cidadão que se deve respeitar. O replay poderia desautorizar este cidadão de bem. O replay seria uma falta de educação. Se for com câmera super slow, então, é um ultraje. O comentarista poderia inclusive processar o profissional que colocou esse replay na transmissão.

Aquele gol que o Hulk ajeitou com o ombro e chutou com o joelho, o primeiro gol de articulações em Copas do Mundo, aquele gol não deveria ser anulado jamais. Gostei muito do comentarista de arbitragem que explicou na tv que “se a bola bate na manga da camisa não é mão”. É uma novidade fantástica para os times que jogam de camisa de manga comprida, que agora podem jogar vôlei durante a partida. Desde que a bola bata apenas na manga da camisa. E desde que os jogadores sejam da seleção brasileira, evidentemente.

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Então, fica instituído o fim do replay em jogos do Brasil. Já valendo no jogo contra a Colômbia, que se Deus quiser e ele há de querer, terá um juiz japonês. Aquele cidadão merece uma segunda chance, assim como o Felipão deu uma segunda chance ao Julio César e ele fez por merecer. Espero que o sr. Nishimura ainda nos traga muitas alegrias nesta Copa e como mostrou esse jogo contra o Chile, toda ajuda é bem-vinda.