As suspeitas de irregularidades na aquisição de 200 respiradores pelo governo de Santa Catarina por R$ 33 milhões tiraram o foco da população do enfrentamento do coronavírus. A afirmação é do secretário de Estado da saúde André Motta Ribeiro em entrevista ao Notícia na Manhã deste sábado (20). Para ele, a repercussão do caso contribuiu para a redução do isolamento social.
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– Infelizmente, uma das tentativas de aquisições não deu certo, mas outras tantas deram. Obviamente, que a energia e o tempo gastos desfocaram um pouquinho do que é importante, a qualidade e a seriedade do estado nesse enfrentamento. Acho que nossa sociedade foi bombardeada por notícias, requentadas, inclusive, que tiraram nosso foco – avaliou.
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Segundo o secretário, o estado chegou a atingir índices elevados de isolamento, mas agora a situação é preocupante.
– Tem um dado que corrobora o que estou dizendo, que é nosso índice de isolamento social, que hoje tá em 36%. Lá no final de março, logo após as ações restritivas do governo do estado, chegamos a ter 76% de isolamento, lembrando que este é um dado fundamental para que a gente consiga fazer um enfrentamento adequado da pandemia do coronavírus – ponderou.
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As suspeitas em torno da compra dos respiradores levaram à operação O2, com a prisão de seis pessoas, e uma CPI na Alesc. Conforme o secretário, apesar do momento conturbado para o governo, nunca cogitou deixar o cargo.
– Estamos muito tranquilos quanto a isso, inclusive quem apontou o problema foi o próprio Estado, que abriu uma sindicância referente a isso. Lembrando que das milhares de compras que foram feitas, essa foi a única que foi apontada como problema. (…) Em nenhum momento, passou pela nossa cabeça desistir dessa missão. Nossa preocupação é trazer segurança e saúde para a população de Santa Catarina – declarou.
Ribeiro enfatizou que embora diversos serviços tenham sido liberados pelo Estado, como o comércio, o risco maior à disseminação do coronavírus está em atividades não essenciais.
– As liberações econômicas regradas pelo estado têm um impacto muito menor na disseminação do vírus, desde que nós entendamos a necessidade de termos regras. O que a gente percebe são reuniões sociais, as pessoas nas ruas sem máscaras, eventualmente nos veículos. Há um certo conforto, eu diria perigoso, porque pode aumentar o contágio do vírus – afirmou.
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