O fim do prazo para renúncia de prefeitos e trocas de partidos antes das eleições 2022 respondeu algumas perguntas, mas manteve outras incertezas sobre a corrida pelo governo de Santa Catarina na disputa de outubro.

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SC tem renúncia de prefeitos e secretários para as eleições; saiba quem sai e quem fica

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O “fico” de alguns prefeitos, que decidiram não renunciar e seguir no comando dos municípios, já tirou os nomes deles da disputa pelo governo. Sem a renúncia, eles não podem mais concorrer nas eleições de outubro. É o caso de João Rodrigues (PSD), de Chapecó, Clésio Salvaro (PSDB), de Criciúma, e Fabrício Oliveira (Podemos), de Balneário Camboriú.

Outra ausência já confirmada nas eleições é do empresário Luciano Hang. Cogitado como candidato ao Senado, ele anunciou que não pretende concorrer e que não se filiaria a partido político até o fim do prazo, 2 de abril, o que é necessário a quem deseja participar das eleições.

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Em contrapartida, os prefeitos que renunciaram ganharam força como possíveis candidatos ao governo de SC. Estão nesta situação especialmente Gean Loureiro (União Brasil) e Antídio Lunelli (MDB), apontados como pré-candidatos e que confirmaram a renúncia na última semana.

Confira abaixo a situação da corrida pelo governo do Estado nas eleições de 2022 após o fim do prazo para renúncias e mudanças partidárias:

Carlos Moisés (Republicanos)

O atual governador enfim decidiu pelo Republicanos como o partido pelo qual pretende concorrer à reeleição em outubro. De quebra, teve oficializado também o apoio do Podemos, partido com o qual chegou a negociar filiação. O governador ainda conversa com siglas como o MDB em busca de aliança para o projeto.

Antídio Lunelli (MDB)

O prefeito de Jaraguá do Sul estava envolvido em uma disputa interna no partido pela indicação como pré-candidato a governador. O principal rival, Dário Berger, deixou o MDB após longo impasse, abrindo caminho para o adversário. Antídio renunciou à prefeitura em evento no sábado com a presença de muitas lideranças do partido. Ainda assim, o empresário precisará garantir o apoio do partido até as convenções para garantir a indicação do MDB ao governo, e não outro rumo, como um possível apoio a Moisés ou uma ampla aliança com PSD e União Brasil.

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Gean Loureiro (União Brasil)

O prefeito de Florianópolis renunciou ao mandato no último dia 31 e, assim, reforçou a condição de pré-candidato ao governo do Estado. Ainda assim, ele mantém conversas com o PSD, do ex-governador Raimundo Colombo. Nessa possível composição, um disputaria o governo e outro, a vaga de senador, de acordo com quem estiver melhor nas pesquisas até agosto.

Jorginho Mello (PL)

O senador não esteve envolvido nas principais articulações envolvendo renúncias, mas a pré-candidatura ao governo se consolidou principalmente pela ausência de João Rodrigues (PSD), que não renunciou. Sem o prefeito de Chapecó, que poderia disputar o apoio do eleitorado bolsonarista em SC, Jorginho, que disputará a eleição pelo partido do presidente, deve ter menos concorrência entre eleitores deste perfil.

Raimundo Colombo (PSD)

Outro nome que teve pouca movimentação neste período, Colombo segue como pré-candidato do PSD, mas agora sem a disputa interna com João Rodrigues. O ex-governador chegou a fazer um gesto ao colega de partido, dizendo que abriria mão da candidatura se o prefeito de Chapecó conseguisse viabilizar uma aliança. Rodrigues flertou com uma chapa com Clésio Salvaro e Luciano Hang, mas os dois decidiram não concorrer, o acordo não saiu, e Rodrigues decidiu não concorrer. Agora, a tendência é que Colombo encontre o PSD mais unido em torno de uma possível candidatura dele.

Dário Berger (PSB)

Após longo impasse no MDB, o senador Dário Berger enfim deixou o partido e se filiou ao PSB, que garante ao parlamentar a condição de pré-candidato ao governo de SC. Como o novo partido dele deve estar junto de outros partidos de esquerda, com PT, PDT, PCdoB, PSOL, PV, Rede Sustentabilidade e Solidariedade, Dário deve disputar com outros nomes a indicação deste grupo pela vaga de candidato a governador.

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Décio Lima (PT)

O ex-deputado federal Décio Lima é o principal nome que deve disputar espaço com Dário Berger (PSB) no bloco de partidos da esquerda. Antes da filiação do senador, ele já vinha sendo apresentado como o pré-candidato do grupo. Um dos argumentos a favor do ex-prefeito de Blumenau é a proximidade com o ex-presidente Lula.

Gelson Merísio (Solidariedade)

Além de Décio, o ex-deputado estadual Gelson Merísio também pode disputar a indicação do grupo de partidos de esquerda para a candidatura a governador. Segundo colocado nas eleições de 2018, Merísio fez movimentos bruscos nos últimos meses. Deixou o PSDB após a derrota de Eduardo Leite nas prévias nacionais do partido, encontrou o ex-presidente Lula prometendo apoio ao petista no Estado e se filiou ao Solidariedade nas últimas semanas do prazo para filiação. A ida dele ao partido foi apontada como estratégia para reforçar a eleição de deputados para a legenda, mas ele também pode disputar a indicação para concorrer. Além de Décio e Merísio, o ex-deputado Jorge Boeira, que se filiou ao PDT na última semana, também pode disputar a vaga nessa raia.

PSDB e PP

Além dos nomes estabelecidos e que agora buscam confirmar a condição de pré-candidato ao governo do Estado, há pelo menos outros dois partidos que também precisarão definir o futuro após o fim do prazo de renúncias.

PSDB e PP foram incluídos em uma composição com o PSD, em que João Rodrigues seria o candidato ao governo, mas que não virou realidade. O PSDB, que nesse arranjo teria Clésio Salvaro de vice, agora volta a negociar com outros partidos, como PSD, MDB e Republicanos. Sem Vinícius Lummertz, que anunciou que não sairia do governo de São Paulo para concorrer, os principais nomes dos tucanos são lideranças tradicionais como Leonel Pavan e Paulo Bauer.

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Já o PP, que na aliança negociada com o PSD teria a vaga ao Senado, a ser ocupada pelo empresário Luciano Hang, também retoma as negociações com outros partidos. Antes da aproximação com Rodrigues, os progressistas apresentavam o nome de Esperidião Amin como pré-candidato ao governo, nome que ainda pode aparecer em alianças negociadas com outros partidos, como PSD e União Brasil.

Confira os próximos passos até a eleição

Passado o período para renúncias e trocas de partidos, as atenções se voltam para os próximos passos do calendário eleitoral. E o compromisso que está por vir cabe aos eleitores. Termina em 4 de maio o período para a emissão de novos títulos de eleitor, transferência ou revisão. O serviço pode ser feito pela internet. Uma campanha da Justiça Eleitoral estimula jovens de 16 e 17 anos a tirarem o título. Nesta idade, o voto é opcional.

Veja quais são as próximas datas do calendário eleitoral a partir de abril

15 de maio

Início da possibilidade de arrecadação de recursos de doações e campanhas de financiamento coletivo por parte dos candidatos

31 de maio

Prazo final para o registro de federações partidárias, alianças entre legendas que precisarão durar quatro anos e que são uma das novidades das eleições de 2022

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20 de julho a 5 de agosto

Prazo para as convenções partidárias, que é onde são definidos oficialmente os candidatos pelos partidos. Ao final desse prazo, as legendas precisam pedir o registro das candidaturas à Justiça Eleitoral.

16 de agosto

Início do período para propaganda eleitoral pelos candidatos junto a eleitores

26 de agosto

Início da propaganda eleitoral em rádio e TV

29 de setembro

Fim da propaganda eleitoral em rádio e TV para o primeiro turno

2 de outubro

Primeiro turno das eleições. Os eleitores votarão para os cargos de deputado estadual, deputado federal, senador, governador e presidente da República.

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